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29/Mai/2020

Boi: preços estão em alta com restrição na oferta

Para preencher suas escalas de abate, os frigoríficos pagam mais pelo boi gordo em São Paulo e em Mato Grosso do Sul. Mas, o mercado segue em ritmo lento, com agentes retraídos. As compras são pontuais e a oferta de lotes pequenos de gado predomina. Os frigoríficos operam com cautela e produção regulada à demanda, num ambiente de consumo doméstico fraco em razão das medidas para conter a pandemia de coronavírus. Algumas indústrias indicam mais pelo boi gordo para manter o fluxo da escala de abate. Com isso, em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 191,00 por arroba à vista e a R$ 203,00 por arroba a prazo. Os frigoríficos estão pagando mais, já que a disponibilidade de bovinos terminados é limitada.

A demanda aquecida pela carne brasileira no mercado internacional, sobretudo por parte da China, beneficia os frigoríficos exportadores de São Paulo e, consequentemente, dá sustentação aos preços do boi gordo em Mato Grosso do Sul, que também fornece para essas indústrias. Em Mato Grosso do Sul, a cotação é de R$ 181,00 por arroba à vista. Os bovinos que atendem aos requisitos para a exportação recebem ágio de R$ 5,00 a R$ 15,00 por arroba. Em Mato Grosso, o ritmo de negócios também é lento e as cotações se mantêm estáveis. A atual onda de frio, com possibilidade de geadas no Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, pode mudar o cenário de oferta restrita de gado, uma vez que estimularia a desova de bovinos.

Com o esgotamento dos bois de pasto, o mercado vai entrar numa fase em que os bovinos de confinamentos ainda não estão terminados, o que cria um pequeno "vazio" nas ofertas, até a chegada dos bovinos criados de forma intensiva. Embora a oferta de gado tenha crescido no País, com a redução do volume de chuvas neste mês, esse aumento não é suficiente para gerar um excedente e pressionar as cotações. O que se observa é uma diminuição no abate muito mais por efeito da redução do rebanho brasileiro do que necessariamente por causa das medidas adotada no combate à pandemia. Em São Paulo, no atacado, os preços dos principais cortes seguem estáveis. A expectativa é de que a procura para reposição nos supermercados avance a partir da próxima semana, com o pagamento de salários. O dianteiro e a ponta de agulha avulsos estão cotados a R$ 12,10 por Kg.