26/Mai/2020

O fraco desempenho do frango abatido nos últimos dois meses é mais ressaltado quando sua evolução de preço em 2020 é comparada à curva sazonal (o comportamento médio observado nos 20 anos transcorridos entre 2000 e 2019). Mesmo a curva sazonal apontando que no bimestre abril/maio são registrados, normalmente, os menores preços de cada exercício, é possível notar que em maio deste ano os preços estão atingindo (pelos padrões considerados) o menor índice de todos os tempos. O mínimo até agora registrado foi um valor correspondente a 82,7% da média do ano anterior. Mas, neste mês (ainda não encerrado), a média registrada (R$ 3,48 por Kg) equivale a 81,9% do preço médio alcançado em 2019 (R$ 4,25 por Kg). Esse desempenho resulta dos desdobramentos da pandemia, pois no primeiro trimestre do ano os preços alcançados acompanharam a curva sazonal.

Assim, comparativamente à média de 101,87 pontos registrada pela curva sazonal no primeiro trimestre dos passados 20 anos, a média do primeiro trimestre de 2020 ficou em 101,29 pontos, apenas 0,58 ponto a menos. Porém, quando tomado como base de comparação apenas o bimestre abril/maio, o índice deste ano cai de forma significativa. Pois, frente à média de 97,87 pontos em duas décadas, alcança em 2020 somente 82,75 pontos, quer dizer 15,12 pontos (ou 15,4%) a menos. Mesmo não estando imune às adversidades do mercado, o frango vivo registra perdas menores. Pela curva sazonal (neste caso abrangendo espaço de tempo mais amplo – 25 anos) alcança na média dos primeiros cinco meses do ano índice de preço correspondente a 99,66 pontos, apenas 0,34 ponto a menos que o valor médio do ano anterior.

Na parcial de 2020, seu preço médio (de R$ 3,08 por Kg) corresponde a 94,50 pontos, 5,5 pontos a menos que o valor médio registrado em 2019 (de R$ 3,26 por Kg). Embora a diferença seja pequena, não há como zerá-la no primeiro semestre, pois, para tanto, o frango vivo precisaria ser comercializado em junho por valor superior a R$ 4,00 por Kg, mais de um terço acima da cotação ora vigente (R$ 3,00 por Kg). Porém, é possível alcançar o valor apontado pela curva sazonal (103,2 pontos), pois isso representa valorização entre 12% e 13% em relação à cotação atual, perspectiva plenamente viável frente à redução que vem se ampliando dia a dia. De toda forma, ainda assim a cotação média do mês será inferior à registrada um ano atrás, em junho de 2019 (R$ 3,44 por Kg). Fonte: AviSite. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.