25/Mai/2020
Com o objetivo de evitar falta de proteína animal no mercado e problemas ambientais em função de abates sanitários como ocorreu nos Estados Unidos e, depois, no Rio Grande do Sul, o Ministério da Agricultura, juntamente com os ministérios da Saúde e da Economia, vão editar decreto com protocolos para o controle da Covid-19 em frigoríficos brasileiros. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), além de normas rígidas de prevenção para integrados, agroindústria e transportadores, será definido um grupo para analisar o fechamento de unidades em caso de ocorrência de Covid-19. Isso para evitar que esses fechamentos sejam decididos por diversos órgãos públicos, como aconteceu no Rio Grande do Sul.
Haverá um protocolo e um decreto para ter um grupo que filtre as informações que venham de quem quer que seja para fechar unidades. Então, o setor terá mais segurança jurídica. A missão do setor é essencial, produzir alimentos. É preciso compatibilizar com a saúde do trabalhador. A questão de fechamento de frigoríficos passou a ser vista com atenção geral por todas as instituições do Rio Grande do Sul quando a BRF, de Lajeado, entrou com pedido de licença no órgão ambiental para enterrar 4 mil suínos e 420 mil aves em um dia. Seriam 950 mil aves por dia considerando também a unidade da JBS. Isso gerou pressa para a retomada de atividade, mas, mesmo assim, a reabertura ocorreu só 22 dias depois. Chegaram a ser abatidas 100 mil aves que não puderam ser aproveitadas em Lajeado.
Nos Estados Unidos, não houve uma atenção com relação a atividades dos frigoríficos. Foram acontecendo casos de Covid-19 em diversas cidades. Num determinado momento, fecharam os maiores frigoríficos de suínos e aves do país. A produção de carne suína caiu 40% e de carne de ave, 50%. Por isso, além de deixar de exportar para diversos países, os Estados Unidos passaram a enfrentar escassez de carne no mercado interno, pois o estoque do país era suficiente para pouco mais de uma semana. O presidente Donald Trump baixou um decreto de guerra para o setor voltar a trabalhar, só que não tinha mais nem produtor, nem produto.
Mas, o que chocou os Estados Unidos e o mundo foi o problema dos abates sanitários. O país teve que abater 2 milhões de suínos de uma só vez. Não tinha local para colocar os suínos e, então, foram deixados numa área afastada. Outros abates de suínos e aves ainda estão sendo realizados no país. Esse problema em frigoríficos também foi enfrentado na China, mas lá as autoridades se uniram e exigiram que os trabalhadores não tivessem vida social para evitar a contaminação e, assim, manter as plantas em atividade.
No Brasil, a vida social das pessoas que trabalham em frigorífico também é uma preocupação porque o setor acredita que a contaminação começa na comunidade e é levada para a empresa. Em Santa Catarina, enquanto o problema ocorre em algumas cidades, em outras, que também têm plantas frigoríficas, ainda não há casos de Covid-19. A normatização para sanidade nas agroindústrias pode ter também regras estaduais. Mas, Santa Catarina deve seguir o decreto federal, sem estabelecer normas locais. A decisão é por seguir o protocolo nacional, elaborado com assessoria de técnicos do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, uma das instituições mais renomadas para esse tipo de controle na área de infectologia. Fonte: Suinocultura Industrial. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.