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18/Mai/2020

Boi: preço cai com a fraca demanda e maior oferta

A combinação entre demanda doméstica fraca e aumento da oferta de bovinos para abate pressiona o mercado físico, limitando o efeito do bom desempenho recente das exportações de carne. A prorrogação das medidas de isolamento social em vários Estados do País, por causa da pandemia do novo coronavírus, continua sendo um dos principais fatores negativos para a demanda, mas o período do mês também pressiona. Diante disso e da menor capacidade de retenção de gado pelos pecuaristas na Região Centro-Sul, onde as pastagens já perdem qualidade por causa da seca, o boi gordo está pressionado. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 190,00 por arroba à vista e a R$ 200,00 por arroba a prazo. Boa parte dos frigoríficos do Estado conseguiu alongar as escalas de abate.

Em Mato Grosso e em Mato Grosso do Sul, os preços também registram queda. Em Mato Grosso, as indústrias preencheram as escalas de abate já para o fim desta semana e reduziram as compras, pressionado os preços. Em Goiás, com a diminuição no nível de chuvas, a oferta maior de bovinos também provoca queda nas cotações. A pressão de baixa também afeta os preços do boi destinado ao abate para a exportação ao mercado chinês. A indicação de compra para esses bovinos (machos de até 30 meses) é de R$ 200,00 por arroba à vista. No início da semana passada, a indicação era de R$ 205,00 por arroba. O boi China também está sentindo a piora das condições do pasto.

Muitas empresas tentam emplacar preços mais baixos, mas a demanda de frigoríficos pequenos ainda sustenta a cotação. A liquidez é baixa no mercado físico, refletindo a instabilidade no consumo. A pressão de baixa no mercado de boi gordo deve persistir nas próximas semanas mesmo com os bons volumes de exportação. Isso porque, quase 75% da produção de carne bovina é destinada ao consumo doméstico, bastante prejudicado no momento e sem perspectiva de melhoria curto prazo. Em São Paulo, no atacado, apesar da demanda doméstica fraca por carne, os preços seguem estáveis. A razão é o ajuste na oferta, por causa da redução dos abates pelas empresas. Os cortes de dianteiro avulso e ponta de agulha avulso seguem cotados a R$ 12,10 por Kg.