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18/Mai/2020

Leite: aumenta concentração da produção no Brasil

A Leite Brasil divulgou o resultado do 23º Ranking das Maiores Empresas de Laticínios do Brasil em 2019. As 13 empresas que figuraram como maiores do setor no ranking são as mesmas do ano passado e tiveram 4,1% de crescimento no volume agregado de captação de leite, somando 7,9 bilhões de litros (cerca de 21,6 milhões de litros por dia). Este incremento superou o crescimento verificado na captação total do Brasil, divulgado pela Pesquisa trimestral do Leite do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que foi de 2,3% em relação a 2018. O volume das 13 maiores empresas do setor representou 31% da captação formal brasileira em 2019. Ao analisar os últimos anos do levantamento, verifica-se uma redução da participação dos grandes laticínios no volume total formal no mercado brasileiro. Ao mesmo tempo, vale ressaltar a ausência de empresas relevantes para a cadeia no ranking, como a CCPR Itambé (cujas informações passaram a não constar desde o ranking de 2018) e a Lactalis (cujas informações passaram a não constar desde o ranking de 2017).

A estimativa de capacidade instalada de processamento de leite destas empresas em 2019 foi de 11,2 bilhões de litro por ano, cerca de 30,7 milhões de litros por dia, aumento de 7% em relação a 2018. No entanto, as maiores empresas do ranking de 2019 utilizaram cerca de 70,4% da sua capacidade total, 3,0% abaixo da capacidade utilizada em 2018, que foi de 72,6%. A produção diária do produtor de leite médio destas empresas cresceu 8% em comparação a 2018, fechando em 446 litros por dia, contra 413 litros diários do levantamento do ano anterior. Nos últimos 10 anos, há um crescimento de 96% na produtividade (crescimento de quase 7% ao ano no período), fato que se deve a diversos fatores concomitantes, como as bonificações por volume utilizadas por boa parte dos laticínios, a tecnificação das fazendas e as economias de escala na produção de leite. Vale ressaltar que em 2019 houve uma redução de 7,1% no número de fornecedores de leite, mostrando, como em 2018, uma preferência das empresas por produtores mais eficientes e com maior volume de produção.

A Nestlé, empresa ainda líder no ranking de captação em 2019, foi na contramão da média geral e reduziu seu volume de compra (fato também em observado em 2018) em 8,3% no ano. Assim como no ano anterior, Laticínios Bela Vista (Piracanjuba) e UNIUM (Intercooperação de Lácteos das Cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal, todas no Paraná) ocuparam o segundo e terceiro lugar em captação em 2019, com 1,458 bilhão de litros (crescimento de 5,1%) e 1,252 bilhão de litros (crescimento de 9,5%), respectivamente. Apesar da redução do volume captado, a Nestlé contou com um aumento de 22,6% no volume médio de seus produtores, que passaram a produzir, em média, 1.019 litros por produtor por dia. Este aumento aconteceu ao mesmo tempo em que a empresa reduziu seu número de produtores em 30,2%, em relação a 2018, o que coincide com a redução da operação da empresa na Região Sul do País. No mesmo sentido, a cooperativa gaúcha CCGL, que reduziu em 13% o número de produtores, aumentou de 20,4% no volume médio por produtor.

O Laticínios Bela Vista, segundo colocado em volume de captação, é o primeiro no ranking de número de fornecedores de leite, com 8.349 produtores e aumento de 4% frente a 2018. O laticínio, porém, figura entre os últimos no quesito produtividade média, com 365 litros por produtor por dia, 3,6% inferior a 2018. De forma geral, as empresas vêm reduzindo seu número de fornecedores diretos e aumentando o volume por produtor. No entanto, chama a atenção o crescimento de produtores da Vigor (20% em relação a 2018, com queda de 12% no volume médio por produtor) e da Danone. Ao mesmo tempo, cresceu a participação do volume de leite de “Terceiros” na compra total deste grupo de empresas. Em 2018, este leite representou 28% do volume processado pelas 13 maiores empresas do País e, em 2019, este número cresceu para 31%. Via de regra, este leite de “Terceiros” é o leite spot, negociado quinzenalmente entre empresas. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.