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18/Mai/2020

Carnes: setor está otimista quanto às exportações

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) mantém o otimismo em relação às exportações brasileiras de carne de frango e suína, mesmo com o mundo sob a pandemia de coronavírus. A perspectiva é de que o País exporte entre 4,3 milhões e 4,5 milhões de toneladas de carne de frango e entre 900 mil e 1 milhão de toneladas de carne suína em 2020. Mesmo sob a pandemia de Covid-19, o País vem ampliando suas exportações. E, no pós-pandemia, com as pessoas voltando a consumir, não só em casa, mas nos restaurantes e food service, os embarques devem ser mais expressivos. A China deve continuar figurando como o principal cliente do Brasil. Os efeitos da peste suína africana (PSA), que assolou pelo menos metade do plantel de suínos no país asiático, deveriam ter sido sentidos mais neste semestre, com os chineses ampliando fortemente suas compras de proteína animal para abastecer a população. O surto de coronavírus, porém, desacelerou esse processo. A previsão é que a crise de PSA na China dure pelo menos três anos, o que continuaria a beneficiar as exportações brasileiras.

O que a China tem feito atualmente para recompor o plantel de suínos é pegar as fêmeas que nascem e transformá-las em matrizes, independentemente de sua qualidade genética. Mas, não é a mesma genética da matriz anterior (que foi abatida por causa da PSA). A necessidade urgente de eles produzirem faz com que adotem essa postura. É necessário no mínimo 1,5 ano para que essa matriz que está sendo reposta se torne produtiva. Além disso, no pós-PSA há uma questão fundamental: será que a China vai continuar produzindo, como antes, 55 milhões de toneladas de carne suína? Será que a população jovem, que está se acostumando à carne de frango, vai se voltar à suína? Ou será que a China não preferirá manter os 50 milhões de toneladas produzidas no país para garantir a segurança alimentar e importar os 5 milhões de toneladas restantes? São questões a serem pensadas no futuro. O otimismo para este ano está mantido. Com o coronavírus, a China diminuiu naturalmente seu consumo de proteína animal. Mas, vai retomar.

Isso também vai acontecer com Filipinas e Vietnã, que também tiveram perdas importantes com a peste suína africana. No Vietnã, 14% da produção de carne suína foi afetada. O Vietnã deve precisar importar 300 mil toneladas a mais por ano e, as Filipinas, 50 mil toneladas a mais. O Brasil tem toda condição de abastecer essa demanda. O Brasil, mesmo sob a pandemia, está conseguindo manter equilíbrio na cadeia produtiva, porque a redução de consumo interno foi compensada pela forte demanda no mercado externo. Além disso, dos mais de 400 frigoríficos que atuam no Brasil, entre carne de aves, suínos e bovina, no máximo 10 estavam fechados temporariamente por causa do coronavírus. De aves, somente dois ou três estão fechados e em breve vão reabrir. Houve uma adequação na produção porque empresas tiveram de afastar grupos de risco para o coronavírus. Quanto ao mercado interno, embora esteja encolhido agora, o consumo também será retomado no pós-coronavírus. Em suma, a previsão é de crescimento e de perspectiva positiva de exportação. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.