18/Mai/2020

Segundo a JBS, a pandemia do novo coronavírus deve desacelerar a produção de carne dos Estados Unidos nos próximos meses, em virtude da necessidade de novas medidas de segurança e da redução do número de funcionários nas operações das unidades. Não será possível atingir a capacidade total tão cedo por causa de todas as mudanças implementadas. Em meio a preocupações em relação ao fornecimento de alimentos, que levaram o presidente norte-americano Donald Trump a emitir um decreto com a intenção de manter as fábricas de proteínas abertas durante a pandemia, a possibilidade de escassez de carne no mercado não preocupa.

Provavelmente, não haverá todos os itens no supermercado nas próximas semanas, mas a falta de mercadoria não preocupa a empresa. A JBS está vendendo mais carne no mercado interno do que exportando. A empresa está reformulando os processos de operação das suas instalações para promover um distanciamento entre os funcionários, além de ter liberado 10% da sua força de trabalho, por se enquadrarem nos grupos de risco. Nesse sentido, a empresa contratou 1.000 novos trabalhadores para auxiliar as operações durante a pandemia. Metade deles faz uma limpeza extra nas áreas de maior circulação e a outra metade ensina os funcionários a usarem equipamentos de proteção individual (EPIs), além de monitorarem o distanciamento social.

No mês passado, diversas instalações de processamento de carne bovina e suína da JBS foram fechadas nos Estados Unidos após a disseminação da doença entre os funcionários. Outras empresas de carne, como a Tyson Foods, Smithfield Foods e Cargill também fecharam as fábricas. Não está claro se o fechamento das plantas da empresa ajudou a retardar a disseminação do novo coronavírus em comunidades como Souderton e Greeley, nos Estados norte-americanos do Colorado e da Pensilvânia, porque os casos continuaram a aumentar mesmo após as paralisações. Fechar as fábricas, no entanto, foi a decisão certa e a empresa ainda poderá fechar mais instalações, se necessário.

De qualquer modo, após as paralisações de unidades de processamento, o nível de produção começa a se recuperar no país. A indústria em geral nos Estados Unidos trabalha com uma utilização de capacidade de 75% do que estava na mesma semana há um ano. Em suínos, esse percentual é de 85%, e em frango, de 99%. O food service está se recuperando no país. Diante da demanda forte nos Estados Unidos, após a queda na oferta por causa da Covid-19, a empresa está priorizando o mercado doméstico norte-americano.

A exportação será mais baixa no segundo trimestre, devido à necessidade de suprir o mercado doméstico. Diante da volatilidade diária que o setor enfrenta por causa do novo coronavirus, é irresponsável tentar dimensionar o impacto nos custos. Apenas em medidas de segurança na JBS para conter a doença a empresa vai desembolsar US$ 100 milhões durante o ano. Além disso, também gastou US$ 50 milhões em bônus para empregados no país, mas há outros custos não dimensionados ainda. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.