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14/Mai/2020

Lácteos: pandemia causa queda na demanda global

Segundo o Rabobank, a demanda global por produtos lácteos no segundo trimestre de 2020 deve cair entre 20% e 30% em relação a igual período do ano passado. Essa redução é atribuída ao fechamento de restaurantes e escolas por causa da pandemia de Covid-19 e aos impactos do câmbio, dos baixos preços de petróleo e da esperada recessão global. Antes da recessão, muitos países importadores devem enfrentar a depreciação de suas respectivas moedas e um aumento do desemprego. O Rabobank projeta uma contração econômica mundial de 2,6% em 2020. Para todo o ano de 2020, é esperado que a demanda global por leite em pó desnatado e integral caia cerca de 20%, ou quase 900 mil toneladas. A demanda mundial por queijos deve recuar cerca de 13%, ou 220 mil toneladas. Com a proximidade de uma recessão global, a demanda por lácteos deve diminuir, e os consumidores devem favorecer itens mais essenciais em detrimento de produtos premium.

Dados oficiais já mostram os primeiros sinais de que a pandemia de Covid-19 está afetando comércio global de lácteos. As importações globais de leite em pó desnatado caíram 10% em fevereiro (número ajustado para ano bissexto), refletindo uma demanda 19% menor do Sudeste Asiático e 16% menor do Oriente Médio e da África. No primeiro trimestre, as importações chinesas de leite em pó desnatado e integral caíram 15% e 3%, respectivamente. O crescimento das vendas no varejo, que foi bastante forte em março e abril, deve se desacelerar, mas vai continuar positivo durante o terceiro trimestre, contanto que não haja um ressurgimento do Covid-19. Em mercados nos Estados Unidos e na Europa dominados pelo setor de serviços de alimentação, é esperada uma queda de demanda entre 10% e 25% até o fim do ano, o que deve contribuir para aumentar o excedente exportável, a menos que a oferta seja limitada.

A pandemia não poderia ter acontecido em pior momento. Após alguns anos de margens fracas, a perspectiva de margens positivas sustentadas estava no horizonte até a Covid-19 quase parar a economia global, desencadeando uma destruição de demanda justo quando a produção de leite aumentava sazonalmente. No primeiro trimestre de 2020, a oferta combinada dos sete maiores exportadores aumentou 1,2% na comparação anual. A combinação de aumento da produção nos Estados Unidos e na União Europeia com a contração do comércio global vai acirrar a disputa por participação de mercado. A apreciação do dólar ante o euro pode trazer dificuldades para exportadores norte-americanos, mas isso pode ser compensado por preços mais baixos. Os produtores da União Europeia podem optar por programas de estocagem subsidiados pelo governo em vez de competir em preço. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.