07/Mai/2020

A suinocultura nacional deve continuar sob pressão até que as medidas de isolamento social, adotadas para conter a propagação do novo coronavírus, sejam flexibilizadas. Tais medidas têm prejudicado a demanda interna por produtos derivados de suínos, sobretudo no food service brasileiro. Em abril, os preços do suíno vivo registraram quedas entre 20% e 25%, dependendo da região do País, refletindo a menor demanda doméstica. Como o custo de produção aumentou, a margem da atividade foi negativa.

O recuo expressivo dos preços ocorreu mesmo com o aumento de 17,5% nas exportações de carne suína em abril. Contudo, cerca de 80% da produção nacional de carne suína é consumida internamente. A forte queda dos preços em abril mostra que houve excedente no mercado doméstico. A exportação tem um papel importante no escoamento da produção, mas não consegue resolver a questão dos excedentes de produtos industrializados, que não estão indo para o food service.

Apesar desse cenário, é improvável que caia o ritmo de produção de suínos no Brasil, dado que o efeito surgiria somente no próximo ano devido ao ciclo longo de produção, e que as perspectivas de exportação para a China seguem positivas. A habilitação de novas unidades para exportar ao mercado chinês poderia ajudar a reduzir a pressão negativa sobre a suinocultura brasileira, num momento em que há incertezas se os Estados Unidos conseguirão manter o fluxo de vendas de carne suína à China devido aos problemas causados pela pandemia. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.