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05/Mai/2020

Carnes: setor necessitará convergência sanitária

Segundo o Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), o cenário posterior à pandemia do novo coronavírus precisa envolver uma convergência regulatória dos padrões sanitários para a comercialização interna e internacional de animais e alimentos. Deve haver um crescimento no debate a respeito do "food safety", em que a qualidade dos alimentos e a saúde dos animais serão priorizadas para evitar a propagação de novas doenças. A grande maioria das zoonoses, ou seja, doenças causadas por patógenos que contaminam animais e podem infectar seres humanos, foi disseminada a partir da comercialização de alimentos nos chamados "wet markets", ou mercados molhados.

Nesses locais, a falta de refrigeração chama atenção como o principal risco sanitário, seguida pelo fato de alimentos frescos serem vendidos no mesmo ambiente de comércio e abate de animais vivos. Em contrapartida, o Brasil é campeão de cadeias refrigeradas hoje, o que explica a posição de grande exportador de carnes congeladas. Antes da pandemia, o tripé de sustentabilidade, saúde e sanidade era muito focado em questões do meio ambiente, como desmatamento e queimadas, e, do lado humano, nas questões de nutrição e fome. A partir de agora, o mundo vai entrar em uma era em que a preocupação em relação a segurança das pessoas e dos animais vai ser muito mais crítica do que já foi até o momento.

Nesse sentido, uma das soluções seria estabelecer regras e padrões para serem seguidos pelos grandes países produtores, obedecendo a uma série de fiscalizações e controles sanitários. É importante elevar os padrões para a comercialização de alimentos e animais, mas de uma forma multilateral. Isso deve ser levado para os grandes órgãos internacionais que podem criar um sistema para resguardar as pessoas em relação à questão de segurança alimentar. Essas medidas devem envolver o uso de mais tecnologia, além da implementação de animais em baias e a separação entre animais e humanos nos locais onde há maior transmissibilidade de zoonoses. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.