29/Abr/2020

O mercado registra fraca movimentação e estabilidade nos preços na maior parte das regiões de comercialização do País. Parte dos frigoríficos está fora das compras diante da demanda enfraquecida por carne bovina. Em virtude das medidas de isolamento social para conter a disseminação do novo coronavírus e da queda da renda, o consumo está sendo afetado, o que leva empresas a adequarem suas compras de gado à demanda. Em São Paulo, o boi gordo segue cotado a R$ 192,00 por arroba à vista, livre de Funrural. Para os bovinos com até quatro dentes, destinados ao abate para o mercado chinês, a indicação de compra supera em até R$ 5,00 por arroba o valor de referência.

Nas demais regiões de pecuária do País, os frigoríficos com escalas confortáveis tentam pressionar o preço. O número menor de dias de abate esta semana, devido ao feriado na próxima sexta-feira (1º de maio – Dia do Trabalho), fez com que empresas conseguissem preencher suas escalas para o início de maio. Isso explica o baixo volume de operações realizadas. Nas Regiões Norte e Nordeste, com pastagens ainda em boas condições, os pecuaristas têm conseguido resistir às tentativas de desvalorização. Mas, na Região Centro-Sul, a redução do volume de chuvas deve contribuir para oferta maior de gado no curto prazo. Em Minas Gerais, o boi gordo está cotado a R$ 180,00 por arroba. Em Mato Grosso, a cotação é de R$ 175,00 por arroba.

Mesmo com oferta estruturalmente mais limitada de gado bovino este ano, não há espaço para grandes ajustes positivos, já que o consumo de carne segue instável, o que leva os frigoríficos a reduzir os abates. Essa menor produção é que tem dado sustentação aos preços da carne no atacado, a despeito da demanda desaquecida. Ainda que o mercado esteja lento, a expectativa é de preços firmes para o boi gordo devido à necessidade das indústrias de garantir mercadoria para a próxima semana. Mas, a proximidade do período seco do ano deve levar a uma desova de final de safra, o que poderá pressionar as cotações do boi gordo. Em São Paulo, no atacado, o dianteiro avulso e a ponta de agulha avulsa estão cotados a R$ 12,10 por Kg.