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28/Abr/2020

Boi: preço deve se manter estável no curto prazo

O mercado físico do boi gordo segue sob pressão, com aumento de ofertas e pouco volume de negócios em meio à crise decorrente do novo coronavírus, que continua dificultando o escoamento da carne bovina no mercado doméstico. O mercado se mantém estável na maior parte das regiões de comercialização do País. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 192,00 por arroba à vista, livre de Funrural, mas os frigoríficos com escalas de abate mais longas tentam baixar os preços. As ofertas de bovinos para abate estão aumentando em várias regiões, sobretudo naquelas em que o pasto já começa a perder qualidade. Diante disso, há queda de preços em algumas regiões pecuárias.

O mercado vive um momento de acomodação, sem pressão de baixa muito grande, em virtude da oferta mais limitada este ano de bois para abate, mas também sem espaço para valorização diante do consumo interno desaquecido. Nesse ambiente de pouca demanda, os frigoríficos têm procurado limitar as compras de boi gordo. Na outra ponta, os pecuaristas que ainda conseguem manter os bois no pasto mantêm a firmeza. A falta de chuvas faz as ofertas aumentarem em algumas localidades. O viés de baixa no mercado deve persistir esta semana, mas deve ser limitado pela aproximação do período de pagamento de salários, nos primeiros dias de maio. Isso pode levar a uma demanda um pouco maior do varejo para reposição de estoques esta semana, mas sem muita expectativa de melhoria, já que a crise do novo coronavírus deixou o consumidor mais cauteloso.

Em um ambiente de redução da renda no País, a carne bovina tende a ficar menos competitiva, pois as outras proteínas têm caído mais. Assim, pode ser que haja, nos próximos meses, uma opção maior do consumidor que teve sua renda afetada por frango e suíno em detrimento da carne bovina. Mesmo com o consumo de carne bovina enfraquecido em decorrência da crise do novo coronavírus e da época do mês, os preços dos cortes no atacado se permanecem inalterados. Os abates reduzidos pela indústria têm mantido a oferta mais equilibrada, o que sustenta os preços. Em São Paulo, no atacado, o dianteiro avulso e ponta de agulha avulsa, estão cotados a R$ 12,10 por Kg.