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27/Abr/2020

Boi: preços estáveis no físico e fraca movimentação

O mercado físico de boi gordo registra fraca movimentação, estabilidade de preços em grande parte das regiões de comercialização e maior pressão de baixa sobre a arroba nas localidades em que o volume de chuvas já começa a diminuir. A lentidão ainda reflete o quadro de demanda desaquecida por carne bovina no mercado doméstico em meio à quarentena para conter o novo coronavírus e à perda de renda da população por causa da crise. Nas regiões do País com chuva consistente, os pecuaristas têm resistido à pressão dos frigoríficos, segurando os bois no pasto. Mas, em estados como Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo, onde tem chovido menos, já há aumento de oferta de bovinos em algumas regiões. Em Mato Grosso do Sul, o boi gordo está cotado a R$ 179,00 por arroba. Empresas fazem forte pressão baixista, mas não têm conseguido comprar volumes significativos de bois para abate.

Em Goiás, a demanda menor de frigoríficos pressiona os preços e o boi gordo está cotado entre R$ 180,00 e R$ 182,00 por arroba. No Pará, muitos frigoríficos estão fora das compras, o que fez a cotação recuar para entre R$ 180,00 e R$ 182,00 por arroba. Em São Paulo, o boi gordo se mantém estável a R$ 192,00 por arroba à vista, livre de Funrural. Algumas indústrias alongam suas escalas de abate e aquelas com escalas mais folgadas indicam até R$ 10,00 por arroba menos que a referência, mas com volumes muito pequenos de negócios fechados. A pressão no mercado de boi gordo neste momento é natural, uma vez que a safra se encaminha para o fim e a capacidade de retenção de gado pelo pecuarista diminui. Porém, a pressão esperada no curto prazo não deve ser tão grande, apesar dos efeitos do novo coronavírus na demanda, porque a oferta de bovinos para abate é menor devido ao ciclo da pecuária.

Hoje, existem dois mercados de boi gordo. Um do bovino destinado ao abate para exportação à China e outro, do boi para o mercado doméstico. A indústria que vende para a China está preocupada em ter escala para atender a demanda. Mas, os frigoríficos que dependem só no mercado interno não conseguem impor pressão baixista porque estruturalmente há menor oferta. Nesse ambiente, os frigoríficos que atendem a China estão pagando R$ 200,00 por arroba e os de mercado interno, R$ 195,00 por arroba. Com o menor abate de bois de um modo geral pelo País em decorrência da pandemia, a oferta de cortes bovinos também está mais limitada. Isso mantém os preços firmes, apesar da demanda desaquecida. Em São Paulo, no atacado, a ponta de agulha e o dianteiro permanecem inalterados, a R$ 12,10 por Kg.