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27/Abr/2020

Carnes: temor é crescente de escassez nos EUA

A redução na produção norte-americana de carnes por causa das interrupções nas unidades de processamento causadas pelo novo coronavírus eleva o temor de escassez no país. As mercearias procuram novos fornecedores e vêm diversificando a venda de cortes, enquanto executivos de supermercados varejistas, incluindo Walmart e Costo Wholesale, temem que o fornecimento não seja suficiente para atender a demanda crescente. Na semana passada, a produção de carne bovina dos Estados Unidos caiu 24% em comparação com a mesma época do mês anterior. A queda na carne suína foi de 20%, enquanto a produção de aves recuou 10%. A disseminação da doença entre funcionários de fábricas de processamento levou gigantes de carne no país a paralisarem as operações por tempo indeterminado.

Nas fazendas, alguns animais estão sendo sacrificados por causa do fechamento das fábricas, segundo produtores. Segundo o Sindicato Internacional de Funcionários Comerciais e da Indústria de Alimentos, mais de 5 mil trabalhadores de indústrias de carnes e alimentos dos Estados Unidos foram infectados ou expostos ao novo coronavírus, sendo que 13 deles morreram. Grandes processadoras de carnes bovina e suína dos Estados Unidos fecharam unidades por período indefinido, à medida que o vírus se espalha entre funcionários que costumam trabalhar lado a lado, o que limita a produção norte-americana de carnes em um momento em que a demanda cresce nos mercados. O impacto do novo coronavírus nas cadeias de proteína norte-americana foi maior nos segmentos de suínos e bovinos e um pouco menor no de frangos.

No caso dos suínos, a paralisação atinge indústrias que respondem por 30% da capacidade de abate nos Estados Unidos e, nos bovinos, esse percentual chega a 20%. É muito drástico para uma cadeia que tem fluxo diário. No país, estão ocorrendo desalojamentos de leitões para equilibrar a cadeia, movimento que ocorreu também em frangos, mas em menor escala. Há aproximadamente 10 plantas fechadas entre suínos, frangos e bovinos. Além do adoecimento de funcionários por causa do coronavírus, o setor também reage à perspectiva de queda de demanda. A crise de 2008 provocou recuo de 10% no consumo de carnes em geral nos Estados Unidos. Talvez, estejam antevendo redução de consumo e já adequando capacidade de abate. A ruptura mais abrangente está no setor de proteína animal em geral. Fonte: Reuters e Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.