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20/Abr/2020

Boi: confinamento deverá ter forte queda em 2020

Segundo a Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), o confinamento de gado bovino deve recuar mais de 10% este ano. A alta dos custos de produção e os preços futuros do boi gordo considerados pouco atrativos devem levar à redução no número de bovinos sob engorda intensiva. No ano passado, o confinamento de bovinos no País somou 3,5 milhões de cabeças, 5% mais que em 2018, conforme o mapeamento da Assocon com 1.400 unidades produtivas no Brasil. Neste momento, a perspectiva é de queda acima de 10% no número de bovinos confinados em 2020 nas 1.400 unidades mapeadas. O boi magro que está indo hoje para o confinamento e será abatido num prazo de 105 dias, no fim de julho, está gerando uma margem operacional média negativa de R$ 180,00 por bovino. O resultado desestimula investir na engorda intensiva do boi.

Para calcular a margem operacional, foram considerados os indicadores de produtividade no confinamento, o preço do boi magro entre R$ 2.800,00 e R$ 3.200,00 em média, e um custo de dieta por bovino/dia de R$ 8,00 a 10,00 no estado de São Paulo. Como referência foi utilizado o preço futuro do boi gordo em julho na B3, que ficou em R$ 187,90 por arroba no dia 15 de abril. O custo com a dieta subiu 15,5% em 12 meses, principalmente devido à alta do milho, enquanto o boi magro se valorizou até 60% no período. Nem todos os confinadores têm a mesma situação, uma vez que uma pequena parte deles adquiriu bovinos de reposição anteriormente, por valores mais baixos. Além disso, o cenário também é diferente para quem já travou preço na B3 há cerca de 30 a 40 dias, quando a bolsa sinalizava preços mais altos para a arroba. O pecuarista ainda tem janela para se planejar até o fim do primeiro semestre e confinar.

Os preços futuros do boi na B3 têm sido afetados pelo comportamento no mercado físico, pressionado atualmente pela pandemia do novo coronavírus, que derrubou o consumo interno de carne. Embora as perspectivas de exportação de carne bovina, sobretudo para a China, sejam positivas no momento, incertezas acerca da demanda de forma geral persistem. Normalmente, no Brasil há dois giros de confinamento, um no primeiro semestre e outro na segunda metade do ano. No primeiro semestre, o volume confinado corresponde a cerca de 15% do total. O primeiro giro começa a partir de meados de abril. No segundo semestre, o confinamento se inicia a partir de setembro. Mas, há uma quantidade relevante de pecuaristas que confinam bovinos o ano inteiro. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.