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20/Abr/2020

Boi: redução da oferta nos supermercados dos EUA

A disseminação do coronavírus está reduzindo a oferta de carne nos supermercados dos Estados Unidos e afetando as opções disponíveis. Vários trabalhadores em unidades de processamento de carne estão ficando doentes, tornando mais difícil para os frigoríficos atender à crescente demanda. A doença está mantendo milhares de trabalhadores de frigoríficos em casa, reduzindo a produção de carne. Enquanto isso, os consumidores estão recorrendo aos supermercados para obter mais alimentos, em meio ao fechamento de restaurantes e escolas. Essas mudanças estão levando alguns fornecedores a reduzir a variedade de cortes que vendem para supermercados. Outros estão redirecionando carne que normalmente seria destinada restaurantes. No entanto, esse redirecionamento é complicado, já que os tamanhos das embalagens e das porções geralmente são diferentes.

À medida que a oferta diminui, os supermercados estão fazendo ajustes, oferecendo menos opções, vendendo novos produtos e reembalando itens que recebem de distribuidores de restaurantes. A Stew Leonard's, uma rede no Nordeste do país, parou de oferecer peito de frango fatiado, dando prioridade à venda de peitos inteiros. As vendas de peito de frango aumentaram cerca de 60%. Na B&R Stores, uma rede de supermercados do Meio Oeste, as vendas de carne aumentaram 30% no mês passado, mas os fornecedores estão atendendo a apenas cerca de 75% dos pedidos. Em resposta, a B&R está limitando a quantidade de carne moída que cada cliente pode comprar e oferecendo menos variedades de cortes. Ainda há carne fresca, mas os indicadores apontam que haverá um problema no futuro. Como o setor de carnes depende muito dos trabalhadores nas fábricas, ficou vulnerável a paralisações com a disseminação do coronavírus.

Empresas e funcionários do governo tentam encontrar um equilíbrio entre a produção de alimentos e a saúde pública. A Smithfield Foods fechou três unidades de processamento de carne suína por causa do coronavírus. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o número de bovinos abatidos na semana encerrada no dia 11 de abril caiu 14% em relação à semana anterior, enquanto o número de suínos abatidos caiu 6%. O número de frangos processados diminuiu 2%. O governo federal está trabalhando em um plano para fornecer testes de Covid-19 para frigoríficos, entre outras medidas. O secretário da Agricultura, Sonny Perdue, reconheceu o impacto do vírus nas fábricas e pediu às empresas que seguissem as recomendações dos órgãos federais de saúde, mas garantiu aos consumidores que a oferta de alimentos continua forte. Smithfield, Tyson Foods, JBS USA Holdings e Cargill ofereceram bônus aos funcionários, enquanto tentam encontrar maneiras de aumentar a distância entre eles nas fábricas.

Essas e outras processadoras tiveram de fechar algumas unidades temporariamente. O setor de carne teme que os problemas possam ficar mais sérios, reduzindo ainda mais a oferta e deixando os criadores sem ter para onde enviar gado, suínos e aves. No geral, os estoques de carne nos Estados Unidos ainda são amplos, principalmente por causa do fechamento de restaurantes em todo o país. Em 29 de fevereiro, as câmaras refrigeradas no país continham 420 mil toneladas de carne de frango, um recorde para o mês. Os estoques de carne vermelha eram 5% maiores em relação a fevereiro de 2019 e 3% ante janeiro. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.