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17/Abr/2020

Boi: alta do dólar favorece exportações brasileiras

A crise do novo coronavírus pegou a pecuária bovina brasileira em uma situação relativamente favorável, em um momento de baixa no ciclo da pecuária. Além disso, apesar de a pandemia afetar a demanda de forma global, a alta do dólar em relação ao Real deixou a carne brasileira num patamar baixo de preços no mercado internacional. Nenhum país hoje tem condições de produzir carne de qualidade com a mesma competitividade que o Brasil. O boi gordo está cotado a US$ 37,00 por arroba no País. Na Argentina, está em US$ 35,00 por arroba, mas há limites para exportação. Na Austrália e nos Estados Unidos, dois concorrentes do Brasil, o boi está cotado entre US$ 58,00 e US$ 58,50 por arroba, respectivamente.

Embora a Europa, um importante comprador de cortes nobres do Brasil, esteja parada, China e Oriente Médio seguem demandando. No geral, o balanço na exportação não foi muito afetado, a situação é boa diante do atual cenário. A demanda de China é sólida e o Brasil tem a melhor condição para atender esse mercado. Além de o país asiático necessitar importar em razão da peste suína africana (PSA), o crescimento da renda na China também sustenta o avanço da demanda. A maior corrente para a carne bovina brasileira na região é a Austrália, que enfrentou problemas graves na produção em decorrência de incêndios. No Brasil, desde 2018, o bezerro para reposição tem tido preços recordes, o que desestimulou o abate de vacas e reduziu a oferta.

Dessa forma, o enxugamento da demanda por causa do novo coronavírus ocorre num momento em que a oferta de boi também está enxuta. A entrada de dinheiro na economia por meio dos auxílios emergenciais atenua o impacto momentâneo da Covid-19 na demanda. Haverá maior dificuldade no mercado de carne premium, que é consumido em churrascos, bares e hotéis. O setor está otimista em relação ao desempenho após o fim da crise, mas a situação está longe de ter sido resolvida. A crise é muito grande sob todos os aspectos, a demanda será afetada com o fechamento de food service e o consumo em casa não compensa. Há riscos difíceis de mensurar, como uma eventual necessidade de fechar unidades, como ocorreu em abatedouros dos Estados Unidos por causa de casos de funcionários infectados com o coronavírus. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.