17/Abr/2020
A BRF, companhia alimentícia do setor de suínos e aves, não está sentindo queda na demanda pelos seus produtos, seja no mercado interno ou externo. A população continua consumindo alimentos e não há queda na demanda interna ou externa. De forma agregada, a demanda é consistente e estável. A BRF tem outra vantagem competitiva, que é trabalhar em grande parte de seus produtos com linhas de congelados e a busca por esse tipo de alimento é grande por causa da maior garantia de segurança alimentar. Com a inevitável recessão que haverá por causa da pandemia, deve também haver desemprego. Neste momento, haverá uma migração das proteínas mais caras (carne bovina) para as mais baratas. As carnes de frango e suína têm vantagem competitiva. Quanto às unidades da BRF no Brasil e a pandemia de coronavírus, a companhia já vinha tomando providências preventivas desde janeiro, antes mesmo de o vírus chegar ao Brasil.
Houve iniciativas preventivas e, com isso, está sendo possível produzir a plena capacidade. Além disso, a empresa movimentou estoques para que, quando houvesse o pico da doença no País, o abastecimento seja garantido. De todo modo, a BRF vem trabalhando preventivamente com órgãos públicos nos municípios onde a empresa tem unidades produtivas. A empresa está comprando equipamentos de prevenção e distribuindo para hospitais dessas cidades como forma de prevenção. Assim, com essas medidas, a BRF tem conseguido vender conforme o planejado e produz normalmente. Além disso, na logística, a empresa está conseguindo fluir e movimentar toda a cadeia de forma adequada. A empresa está fazendo ajustes no tamanho do plantel de aves ou suínos. O estoque está em nível adequado, mas é possível elevar, tendo em vista o risco de algumas unidades sofrerem queda na produção caso haja casos de contaminação por coronavírus.
Existe a possibilidade de haver algum nível de contaminação em algumas plantas, que faça com que a empresa reduza a velocidade de linhas de produção. Por isso, a ideia de avançar em estoque para garantir abastecimento. Apenas 10% da receita da BRF está ligada ao canal de food service, um dos mais afetados no Brasil e no mundo por causa da pandemia de coronavírus e da consequente quarentena preventiva. A BRF vem renegociando prazos com os clientes e também a reformulação de condições. Mas, é importante lembrar que o negócio tem a questão da essencialidade. Se o cliente não pagar aquele pedido, não consegue fazer o pedido seguinte. Entretanto, a companhia não tem tido nenhum problema relevante de inadimplência. O canal food service representa 10% de nossa receita. A empresa tem posição baixa neste segmento. A carteira está sob controle por enquanto. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.