17/Abr/2020
Na China, as perdas ocasionadas pela peste suína africana (PSA) levaram o país buscar um substitutivo para suprir as necessidades internas. Neste cenário, a avicultura de corte foi a principal beneficiada. Após um triênio (2016/2018) de fortes quedas, em 2019 a China retomou a segunda posição na produção mundial de carne de frango, ocupando o posto que, nesse período, pertenceu ao Brasil. A distância entre os dois produtores deve aumentar ainda mais em 2020.
A exemplo da suinocultura, também a avicultura chinesa enfrentou problemas sanitários nesta década em decorrência da Influenza Aviária. A partir de 2015, os problemas aumentaram em função do registro de surtos de Influenza Aviária também em países fornecedores de material genético. A China proibiu a importação de reprodutoras de corte.
Como resultado, a produção subsequente de carne de frango sofreu forte retração. De 2015 para 2017, por exemplo, a queda foi de 15%. Mas, o impulso dado ao setor com o surto de peste suína africana foi significativo. Houve um aumento de produção de 17% de 2018 para 2019. Isto correspondeu a uma produção de 13,750 milhões de toneladas e à quebra de um recorde mantido por sete anos (13,7 milhões de toneladas em 2012).
Além disso, como a produção estimada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para o Brasil ficou em 13,690 milhões de toneladas, o diferencial de menos de 0,5% a favor da produção chinesa fez com que a China retornasse ao segundo lugar na produção mundial, atrás apenas dos Estados Unidos que, em 2019, aproximou-se da marca dos 20 milhões de toneladas de carne de frango (19,941 milhões de toneladas, volume que neste ano deve subir para cerca de 20,6 milhões de toneladas).
A expansão do frango na China continua. O incremento estimado para 2020 é de 13%. Se confirmado, significará aumento de 33% em apenas dois anos. Tal aumento não deve interferir nas importações de carne de frango por parte da China, pois a produção local de carne suína deve retroceder neste ano ao menor nível da década. Assim, serão necessárias muitas compras externas para suprir o déficit interno. Fonte: Avisite. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.