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15/Abr/2020

Boi: preço pressionado por fracas vendas de carne

Embora a oferta de bovinos terminados para abate continue limitada em boa parte das regiões de comercialização do País, a persistente fraqueza no mercado de carne amplia a pressão sobre o boi gordo. Desde o mês passado, quando se iniciou a quarentena para evitar o avanço do novo coronavírus, restaurantes e bares estão fechados em muitas cidades, afetando a demanda do food service. Além disso, as recomendações de isolamento social e as restrições na renda têm influenciado negativamente as vendas no varejo. Diante da dificuldade de escoamento dos cortes bovinos, muitas indústrias estão fora das compras em São Paulo. Não há muitos bovinos para abate, mas a preocupação com o consumo continua. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 192,00 por arroba à vista e a R$ 199,00 por arroba a prazo. O atual cenário deixa os frigoríficos cautelosos, daí a opção das empresas de operar com escalas de abate curtas. Outro efeito é a volatilidade na arroba do boi e o baixo volume de negócios. diário.

Diante da tentativa persistente da indústria para baixar os preços, alguns pecuaristas começaram a liquidar o gado terminado. Os frigoríficos também pressionam para derrubar os preços do chamado Boi China, negociado com ágio no mercado. A cotação do bovino destinado ao abate para exportação ao mercado chinês está entre R$ 195,00 e R$ 200,00 por arroba. Na semana passada, variava entre R$ 200,00 e R$ 205,00 por arroba. Mas, há apenas negócios pontuais aos valores mais baixos. A pressão de baixa reflete uma menor demanda, pois os bois que estão sendo abatidos agora para atender o mercado chinês se referem a contratos feitos em janeiro deste ano, quando a China enfrentava o auge da pandemia do novo coronavírus. A estiagem afeta pastos no Rio Grande do Sul, elevando a oferta de bovinos. Num ambiente de vendas represadas de carne, os frigoríficos compram pouco os preços registram queda, para R$ 185,00 por arroba. No Pará, a redução dos volumes de chuvas também faz os pecuaristas ofertarem lotes, e a arroba apresenta recuo.

Em Mato Grosso do Sul, as indústrias pressionam o boi gordo. Em Mato Grosso, os frigoríficos têm dificuldades de obter matéria-prima e operam com capacidade reduzida. A atuação de plantas habilitadas para exportação provoca leves ajustes positivos nos preços. O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) confirma a demanda mais voltada ao Boi China e também ao Boi Europa (cuja carne é destinada ao mercado europeu e também é mais valorizado), com negócios por até R$ 195,00 por arroba nas duas primeiras semanas de abril no Estado. O boi comum está cotado, em média, a R$ 170,20 por arroba, queda de 0,78% nos últimos sete dias. A oferta de boi gordo tende a aumentar a partir da segunda metade deste mês em várias áreas do País, com a perda de qualidade das pastagens. Em maio, começa a desova maior. Em São Paulo, no atacado, os preços dos principais cortes se mantêm estáveis. A ponta de agulha e o dianteiro avulsos seguem cotados a R$ 11,60 por Kg e a R$ 11,90 por Kg, respectivamente. A chegada da segunda quinzena do mês associada ao menor poder aquisitivo da população deve diminuir o consumo de carne, o que pode pressionar os cortes no curtíssimo prazo.