14/Abr/2020
O mercado de boi gordo segue pressionado pelas incertezas em relação à demanda por carne bovina por causa da quarentena adotada em grande parte do País. O aumento da oferta de boi em regiões onde as condições das pastagens estão piores também pressiona, ainda que, de forma geral, a disponibilidade de bovinos para abate é menor no Brasil, devido ao ciclo da pecuária. Em São Paulo, muitos frigoríficos estão fora das compras ou testam o mercado, indicando preços menores. A retração das indústrias, que têm reduzido abates, provoca queda nos preços e o Boi gordo está cotado a R$ 194,00 por arroba à vista. Na maioria das regiões pecuárias, os frigoríficos mantêm os abates regulados, limitando a compra de bois e pressionando a arroba.
Mas, isso acontece em um momento de oferta ajustada em função do ciclo da pecuária e da retenção de bovinos por conta do alto custo de reposição. O resultado é um mercado com pouca liquidez. A estiagem está chegando junto com a queda das temperaturas e vai pressionar o boi no curto prazo. A falta de chuva afeta as condições das pastagens, o que, já ocorre em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Em Minas Gerais, o clima seco já levou ao aumento da oferta de bois e a cotação é de R$ 187,00 por arroba. Em Goiás, a redução da massa verde nas pastagens contribui para a oferta de lotes maiores e o boi gordo está cotado a R$ 185,00 por arroba. No Pará, o boi gordo também registra queda.
Em São Paulo, no atacado, os preços dos principais cortes se mantêm estáveis. A ponta de agulha e o dianteiro avulsos seguem cotados a R$ 11,60 por Kg e a R$ 11,90 por Kg, respectivamente. No cenário de demanda reprimida, a carne bovina já perde competitividade em relação a outras proteínas, como as carnes de frango e suína, que também estão recuando no mercado. No mês, o preço da carcaça suína especial registra queda de 9,86% no atacado, para uma média de R$ 6,86 por Kg. O frango congelado apresenta recuo de 10,10% no mês, para R$ 4,36 por Kg. A atenção agora se volta para o comportamento da demanda nos próximos dias. Se a população optar por conter gastos e controlar o consumo de carne bovina, o mercado do boi gordo tende a ficar mais pressionado.