ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

09/Abr/2020

Boi: preços seguem sob pressão da fraca demanda

Com o consumo doméstico de carne bovina ainda lento, reflexo da quarentena adotada para conter o avanço do novo coronavírus no Brasil, o boi gordo está sob pressão em várias regiões pecuárias. Nas localidades onde estão instalados frigoríficos que exportam carne para a China, no entanto, a cotação do boi gordo está em alta. Essa tem sido a característica do mercado nos últimos dias e, ao menos no curto prazo, não há sinais de mudanças. A demanda instável no mercado interno mantém os frigoríficos cautelosos nas compras de bovinos para abate. Mas, em Estados com frigoríficos que vendem para o mercado chinês, a procura por boi é alta.

Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 194,00 por arroba à vista e entre R$ 200,00 e R$ 2015,00 por arroba (boi destinado ao abate para atender a China). A estratégia das indústrias tem sido abater em menor quantidade, adequando as compras de boi ao comportamento do consumo. Em Mato Grosso, o boi gordo está cotado entre R$ 171,00 e R$ 175,00 por arroba à vista e a R$ 181,00 por arroba a prazo. A disponibilidade de pasto começou a diminuir em algumas regiões. Em Minas Gerais, a retenção de bovinos pelos pecuaristas vem perdendo força e o boi gordo está cotado a R$ 182,00 por arroba. No Pará, os frigoríficos estão afastados das compras e há poucos negócios. Apesar do pagamento de salários, o consumo de carne continua fraco. O fluxo de negociações é baixo, mas os preços se mantêm estáveis.

Mesmo com a entrada de massa salarial, a demanda por cortes não teve evolução significativa. Além disso, a semana mais curta por causa do feriado da Sexta-feira Santa (10/04) também contribui para o menor fluxo de vendas. As exportações de carne do País também seguem no radar. Resultado preliminar da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indica que os embarques de carne in natura somaram 12,8 mil toneladas diárias nos três primeiros dias de abril, queda de 20,63% em relação à média de igual período de 2019. Ainda é cedo para falar em enfraquecimento das exportações, já que os dados se referem a apenas três dias de abril. A expectativa é de que, com a recuperação da atividade na China, o fluxo de vendas deve aumentar.