09/Abr/2020
Apesar de a pandemia de coronavírus trazer grandes incertezas quanto ao andamento de toda a economia mundial e também do agronegócio brasileiro, as exportações nacionais de carne bovina in natura continuam registrando bom desempenho. Os volumes embarcados em março e também no primeiro trimestre deste ano foram recordes para os respectivos períodos. Esse cenário, atrelado ao dólar elevado, tem garantido receita mensal com as exportações de carne bovina acima de R$ 2 bilhões nos três primeiros meses deste ano.
Em março, mês em que a pandemia começou avançar com força no Brasil e a reduzir a intensidade na China, principal destino da carne nacional, os frigoríficos embarcaram quase 126 mil toneladas da proteína in natura, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Essa quantidade superou em 13,88% a de fevereiro/2020 e em 6,25% a de março do ano passado. De janeiro a março deste ano, foram embarcadas ao exterior 353,52 mil toneladas de carne bovina in natura, sendo 5,09% acima do volume do primeiro trimestre de 2019.
Quanto ao preço em dólar recebido pelo produto exportado, vem recuando desde janeiro deste ano, passando para US$ 4.41,51 em março. Ainda assim, a moeda norte-americana em alto patamar fez com que o preço recebido em moeda nacional por frigoríficos atingisse R$ 21.611,50 por tonelada em março, um recorde, considerando-se, neste caso, toda a série histórica da Secex, iniciada em 1997. Esse valor ficou 11% acima do de fevereiro/2020 e expressivos 51% superior ao de março de 2019.
Vale lembrar que o dólar vem operando acima de R$ 5,00 desde a segunda quinzena de março, com média mensal de R$ 4,90 no mês passado. Com volume exportado elevado e valor da tonelada recorde, a receita de março foi de R$ 2,721 bilhões, 26% acima da do mês anterior e expressivamente (60,7%) superior à de março de 2019, ainda de acordo com a Secex. Em São Paulo, no atacado, a média de abril da carcaça casada de boi, de R$ 14,19 por Kg à vista, está 1,65% acima da verificada em março e quase 33% superior à de abril/2019. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.