09/Abr/2020
Segundo a Minerva Foods, em um cenário previsto para este ano, de recessão econômica no Brasil por causa da pandemia do coronavírus, a carne bovina tende a sofrer mais com vendas no mercado interno em relação às proteínas concorrentes, as carnes de frango e suína. O Brasil, apesar de grande exportador de carne bovina, tem apenas 25% da produção vendida para o exterior. O grande fator que determina preço da carne bovina e do boi gordo no País é o consumo interno. Assim, num cenário de depressão e pré-depressão econômica, em que a renda vai cair e o desemprego aumentar, a carne bovina, que tradicionalmente é mais cara, tende a sofrer mais. Caso esse cenário ocorra, os preços da carne bovina cairão no mercado interno e, consequentemente, os do boi também.
Entretanto, até as proteínas concorrentes de frango e suíno devem encontrar um piso para a queda de preços, por causa da forte valorização do principal insumo da cadeia, o milho, além do farelo de soja. Em Reais, esses grãos estão muito mais caros do que estavam em 2019, o que pode colocar um piso para a redução no preço da carne de frango, que tem grande correlação com preço de soja e milho. De todo modo, diante dessa perspectiva de queda de consumo interno da proteína bovina, grandes empresas exportadoras acabam vendo no mercado externo a alternativa de preservar a rentabilidade e o faturamento. A previsão de menor consumo de carne bovina no Brasil este ano pode levar a Minerva Foods a mudar parte do portfólio para produtos mais acessíveis à população. Essa estratégia já foi adotada na Argentina.
Com a recessão no país vizinho, a estratégia da Minerva foi reduzir o mix das misturas de processados para baixar custos e o preço de venda e preservar alguma rentabilidade. Em relação às exportações de carne bovina a partir de frigoríficos da companhia na Argentina, a situação é diferente da do Brasil, pois o país vizinho é grande exportador de cortes nobres, a preços que se equiparam aos da carne vendida pelos Estados Unidos e Austrália. Isso faz com que a exportação seja melhor em termos financeiros do no Brasil. O preço do boi gordo na Argentina está mais competitivo, já que os criadores fizeram um forte movimento de reposição de fêmeas, cujos frutos (ampla oferta de gado de reposição) estão sendo colhidos agora. Pelo menos nos próximos três anos haverá oferta de gado competitivo para a indústria na Argentina. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.