ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

09/Abr/2020

Ovos: demanda aquecida sustentando as cotações

Enquanto o segmento de carnes vem sendo pressionado pela quarentena adotada em muitas cidades do País para tentar conter a disseminação do novo coronavírus, o de produção de ovos registra alta da demanda e dos preços. Em São Paulo, no atacado, o aumento da procura desde o início da crise, combinado com uma produção ajustada, já elevou os preços médios em 8% entre fevereiro e março, com os ovos brancos cotados a R$ 102,82 por caixa de 30 dúzias em março ante R$ 95,16 por caixa de 30 dúzias. Na comparação com a média de janeiro, a alta é de 51%. Na região Bastos, os ovos brancos estão cotados, em média, a R$ 117,30 por caixa de 30 dúzias FOB, alta de 4,59% nos últimos sete dias. A adoção da quarentena em muitas cidades gerou uma corrida de consumidores ao varejo no fim da primeira quinzena de março, o que fez os preços de carnes e ovos subirem.

Mas, frango e carne bovina perderam fôlego recentemente enquanto o ovo segue com preços firmes. Umas das razões para isso é que mesmo quando tem alta o ovo ainda é uma alternativa de proteína mais barata para o consumidor. O ovo tem tido demanda constante, ainda que tenha ocorrido uma pequena desaceleração no ritmo de aumento das vendas no varejo na semana passada. A quarentena está coincidindo com o período da Quaresma, quando tradicionalmente católicos costumam comer menos carne, algo que perdeu força nos últimos anos. Mesmo assim, a partir da próxima semana, quando se encerra a Quaresma, será possível saber o que mais pesou para o incremento das vendas. O atual cenário econômico, de restrição na renda das famílias, estimula o consumo de ovos, uma proteína mais barata. Isso ocorre num momento em que a produção das granjas está muito ajustada em função dos custos elevados de milho e farelo usados na ração das aves.

A alta dos custos limita a expansão de produção. Essa combinação explica a firmeza no mercado de ovos. A cadeia produtiva de ovos não esperava por esse choque de demanda devido ao novo coronavírus e um aumento da produção no setor vai depender dos preços do milho e do farelo de soja, ambos em alta atualmente. Projeção da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) feita antes da crise indicava que a produção de ovos no País alcançaria 52,3 bilhões de unidades este ano, com consumo per capita superior 240 ovos. Em 2019, a produção somou 49 bilhões de ovos, com consumo per capita de cerca de 230 unidades. A estimativa é de que o mercado de ovos deve continuar firme no curto prazo, diante dos fundamentos atuais. A expectativa é de aumento nas vendas nos próximos dias com pagamentos de salários. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.