08/Abr/2020
O mercado físico de boi gordo registra novas baixas, com poucos negócios realizados e parte dos frigoríficos fora das compras. A razão é a incerteza sobre a demanda por carne bovina no mercado doméstico, em decorrência da quarentena nas cidades devido ao novo coronavírus. As indústrias estão retraídas nas compras aguardando a decisão de governadores em relação à prorrogação ou não da quarentena, adotada para evitar a disseminação da Covid-19 no País. Muitos frigoríficos estão à espera dessa definição para se posicionar nas compras.
Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 200,00 por arroba a prazo. Há indicação de R$ 190,00 por arroba à vista. O governador do Estado anunciou a prorrogação da quarentena para o dia 22 de abril, o que pode levar a mais pressão negativa nos preços do boi no curto prazo, uma vez que o fechamento de restaurantes afeta a demanda por carnes e o varejo também segue enfraquecido. Em Mato Grosso do Sul, os preços registram queda de até R$ 3,00 por arroba. Também há dificuldade de escoamento da carne, o que faz os frigoríficos limitarem as compras, pressionando o boi gordo.
No Pará, a diminuição das chuvas reduziu a quantidade de massa verde nos pastos, o que tem levado os pecuaristas a ofertar mais bovinos. As incertezas sobre o fim da quarentena geram o temor, entre pecuaristas, de que a pressão baixista se acentue. Além disso, como as condições da pastagem já pioram em algumas regiões do País, a oferta de bovinos tende a crescer. Com receio de maiores ajustes negativos, alguns produtores começam a liquidar os bois terminados, mesmo com preços a patamares mais baixos. Para os frigoríficos que exportam carne à China, a oferta de bois é limitada, diante da exigência de que o bovino para abate destinado ao país asiático tenha no máximo 30 meses.
Isso mantém os preços firmes, entre R$ 200,00 e R$ 205,00 por arroba à vista. Com escolas, restaurantes e bares fechados pelo País por causa da quarentena, o atacado de carne bovina continua enfraquecido. Além disso, o pagamento de salários, que ocorre nesta época do mês, não teve impacto significativo na demanda por carne e o ritmo das vendas está abaixo dos padrões normais. Em São Paulo, no atacado, os preços dos principais cortes se mantêm estáveis. O dianteiro e a ponta de agulha avulsos estão cotados a R$ 11,90 e R$ 11,60 por Kg, respectivamente.