08/Abr/2020
Segundo o Itaú BBA, o ambiente é “desafiador” para a pecuária de corte no País com a eclosão da crise do novo coronavírus. Contudo, o baixo do produto brasileiro em dólares (entre US$ 35,00 e US$ 40,00 por arroba), que apenas enfrenta concorrência nesse nível com Argentina e Paraguai, a oferta restrita de bovinos para abate prevista para este ano e a provável sustentação do fluxo forte das vendas para a China se contrapõem às incertezas que pairam sobre o setor atualmente. As preocupações relacionadas à Covid-19 pesaram sobre os mercados físico e futuro de boi gordo no mês passado.
A epidemia gerou preocupações diante do cenário ruim previsto para a economia, o que pode prejudicar a demanda por carne bovina. As exportações, exceto para a China, enfrentarão um ambiente pior nos países importadores, alguns deles dependentes das receitas do petróleo, embora a China possa absorver eventuais excedentes. A paralisação de atividades em diversas plantas frigoríficas pelo País também pressionou os preços no mercado físico, fazendo com que os produtores que podiam reter bovinos diminuíssem as ofertas.
Esse quadro aponta para a possibilidade de vendas muito concentradas de boi gordo quando a atividade voltar, o que pode pressionar as cotações. Em relação ao fim do ano passado, o sistema de recria e engorda piorou no Brasil. Enquanto a cria segue muito bem devido ao alto preço do bezerro e a recria/engorda a pasto consegue se defender dado menor custo de produção, os confinamentos exigem maior atenção.
Isso porque os preços do boi gordo no mercado futuro recuaram entre R$ 15,00 e R$ 35,00 por arroba em relação há um mês, dependendo do vencimento. Esse cenário muda bastante o resultado previsto da engorda intensiva aos custos atuais, devido à alta contínua da ração, o que pode moderar o ímpeto daqueles que planejaram o ciclo, mas não haviam travado o preço anteriormente. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.