07/Abr/2020

A demanda fraca por carne bovina no País segue pressionando o mercado físico de boi gordo, que trabalha com baixo volume de negócios. Diante da dificuldade de escoar a proteína para o atacado, mesmo com o período de pagamento de salários, os frigoríficos buscam adequar as escalas de abate e, em algumas regiões, estão fora das compras. O resultado é a redução do preço do boi gordo em algumas regiões de comercialização. Os preços registram queda em São Paulo, Mato Grosso, Goiás e Rondônia. Os recuos variam entre R$ 1,00 e R$ 3,00 por arroba nos últimos dias. O momento é complicado para os frigoríficos, sobretudo os que atuam apenas no mercado doméstico. Além do consumo enfraquecido em decorrência do novo coronavírus, as indústrias enfrentam oferta restrita de bovinos para abate.

Isso porque na maior parte das regiões pecuárias as condições das pastagens ainda permitem que o criador segure as vendas. Nesse ambiente, não há espaço para uma grande queda no preço da arroba no mercado, apesar da fraca demanda no atacado. A baixa quantidade de negociações no físico mantém as indústrias frigoríficas com escalas de abate curtas em todo o País. Em São Paulo, as programações atendem a 6 dias úteis. Os frigoríficos reduzem o ritmo de compras e também há paralisação de abates em algumas unidades. O boi gordo está cotado a R$ 199,00 por arroba a prazo. As empresas avaliam o comportamento das vendas no atacado nesta semana de pagamento de salários para definir suas estratégias.

Em Mato Grosso, onde algumas unidades estão fora de operação, as que ainda continuam suas atividades trabalham com escala de aproximadamente 7 dias úteis. Apesar das vendas fracas no atacado, os preços dos principais cortes bovinos se mantêm estáveis. Em São Paulo, no atacado, a ponta de agulha e o dianteiro avulsos são negociados a R$ 11,60 por Kg e a R$ 11,90 por Kg, respectivamente. A baixa demanda, sobretudo no food service, por causa do novo coronavírus, afeta também proteínas que concorrem com a carne bovina. O frango resfriado registra queda de R$ 0,40 por Kg nos últimos sete dias, para R$ 4,40 por Kg. A carcaça suína apresenta recuo de R$ 0,80 por Kg no mesmo período, a R$ 7,50 por Kg.