03/Abr/2020

Segundo o Sindifrigo-MT, os frigoríficos de carne bovina de Mato Grosso reduziram o abate mensal em cerca de 50% e a ociosidade pode aumentar. O consumo inexistente de carne bovina atualmente, em decorrência do novo coronavírus, e a oferta limitada de boi gordo para abate explicam esse cenário. No Estado, existem 32 frigoríficos, com SIF, e atualmente, 7 estão parados temporariamente, enquanto os demais reduziram os abates de bovinos. A capacidade instalada de abate de Mato Grosso é de 650 mil cabeças por mês. Mas, hoje, o abate está entre 50% e 55% da capacidade. O pecuarista não quer vender e o frigorífico não quer comprar porque não há demanda.

Houve uma redução abrupta da demanda por carne há cerca de 15 dias no food service, quando foram adotadas medidas no País para evitar a disseminação da Covid-19. Ao mesmo tempo, houve crescimento nas vendas no varejo graças a consumidores que procuraram fazer estoque em casa. Isso proporcionou aumento da demanda por carnes menos nobres (dianteiro, coxão mole, lagarto). Mas, não supriu o que deixou de ser consumido. O consumo de restaurantes no Brasil é muito significativo. Além da queda na demanda doméstica, há um desequilíbrio no mercado internacional de carne bovina no momento, já que o único mercado realmente aberto às importações é a China. O país asiático voltou ao mercado internacional de carne bovina depois de um período de paralisação em virtude do novo coronavírus.

Já outros importantes clientes do Brasil, como países do Oriente Médio e da Europa, estão enfrentando agora o pico da pandemia e todas as restrições dela decorrentes. A China está mantendo o preço e o dólar, ajudando, mas o problema é que China é o único mercado também para o resto do mundo (para outros países exportadores de carne bovina, como Argentina e Estados Unidos). Dentre as 32 unidades de Mato Grosso, 20 atuam na exportação. Os frigoríficos de Mato Grosso têm recorrido a suspensões das atividades e à redução de abate de bois “para se adequar a um volume muito menor de consumo. As 32 unidades de abate de bovinos com SIF no Estado empregam cerca de 51 mil pessoas. Todo esforço do setor no momento é para não demitir. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.