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01/Abr/2020

Boi: preço em alta com retorna da China às compras

O retorno da China ao mercado está dando sustentação aos preços do boi gordo em Mato Grosso e em São Paulo. Os frigoríficos que atendem o mercado chinês fecham negócios com até R$ 10,00 por arroba de ágio sobre o valor de referência. Para as indústrias que atuam apenas no mercado interno de carne bovina, a volta da China ao mercado tem gerado um quadro desfavorável, uma vez que essas empresas estão tendo que pagar mais pelo boi goro para ampliar as escalas de abate. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 199,00 por arroba a prazo. Há registro de negócios com boiadas jovens entre R$ 200,00 e R$ 205,00 por arroba (para frigoríficos que vendem ao mercado chinês).

Em Mato Grosso, o boi gordo está em alta com a demanda dos frigoríficos exportadores, que pagam mais para cumprir a programação de abate. Os preços registram avanço entre R$ 2,00 e R$ 7,00 por arroba nos últimos dias. O mercado parece ter encontrado um ponto de equilíbrio. Com a alta do boi gordo, as indústrias conseguem comprar lotes maiores e estender escalas de abate para a semana que vem. Além disso, também há pecuaristas mais dispostos a vender com receio de que o novo coronavírus provoque retração na demanda por cortes bovinos. A alta do boi gordo está elevando o volume de negócios no mercado, mas o ritmo ainda está abaixo do que se via antes da pandemia.

As incertezas no mercado persistem. Em São Paulo, no atacado, as vendas de cortes bovinos estão fracas e os preços se mantém estáveis. O dianteiro avulso está cotado a R$ 11,90 por Kg e a ponta de agulha, a R$ 11,60 por Kg. O atacado registra redução de vendas, pois muitos consumidores já tinham se abastecido na última semana. Além disso, a nova baixa do petróleo gera dúvidas em relação ao comportamento da demanda por carne em países dependentes da receita do óleo, como os do Oriente Médio, para os quais o Brasil exporta. De qualquer maneira, o cenário de escassez de demanda, que deve ser gradativamente retomada com a abertura do comércio, é mundial. O Brasil está abastecido, mas há uma demanda reprimida por comida no mundo inteiro.