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01/Abr/2020

Boi: China não habilita novos frigoríficos no Brasil

A China não aprovou nenhum novo frigorífico brasileiro para exportação neste ano devido à epidemia de coronavírus e todas as habilitações estão suspensas até um alívio na crise de saúde pública. A paralisação ocorre mesmo após os governos do Brasil e da China terem chegado a um acordo em janeiro sobre um novo sistema que visa acelerar as aprovações. Segundo o Ministério da Agricultura, houve tentativa de entrar em contato com representantes chineses mais cedo neste ano sobre o início da implantação do sistema, mas naquela época, com o coronavírus surgindo, a Administração Geral das Alfândegas da China (GACC) não estava funcionando normalmente. E, agora que o Brasil foi atingido pela epidemia, muitos funcionários públicos estão trabalhando em regime de "home office" para evitar a disseminação do vírus, o que os impede de realizar as reuniões necessárias para obter novas aprovações de plantas. Mas, ainda assim, há boa vontade de ambos os lados.

O que está acontecendo é um descasamento temporário. A China foi afetada primeiro pelo Covid-19 e agora, quando a China começou a voltar ao normal, o Brasil foi afetado. Novas habilitações são pouco prováveis até que o surto no Brasil diminua, o que pode levar meses. A China é o maior comprador de carne bovina, suína e de frango do Brasil. Havia expectativa de que as vendas de carne continuassem em constante ascensão devido à peste suína africana (PSA) na Ásia, que dizimou a criação de suínos da China e a impulsionou a demanda por proteína suína e outras carnes no exterior, como substitutos. Dezenas de frigoríficos aprovados no ano passado já obtiveram permissões para exportação e não têm sido afetados. A China aprovou 25 novas plantas em setembro e mais 13 em novembro. O novo sistema acordado com o Brasil em dezembro permite à China realizar inspeções virtuais nas plantas do País, via link de vídeo remoto, substituindo a necessidade anterior de visita presencial de uma delegação chinesa às unidades industriais.

Houve um primeiro teste em setembro. O sistema de inspeções por videoconferência foi um sucesso. Mas, o sistema ainda exige que muitas pessoas do lado brasileiro se reúnam no ministério, incluindo representantes de vários departamentos e tradutores. Equipe semelhante é necessária no lado chinês, além de uma equipe no local da planta alvo de inspeção. Porém, não é possível mobilizar uma equipe para fazer uma videoconferência no momento atual que o Brasil está passando. No entanto, é impossível saber qual será o impacto do coronavírus sobre o mercado global para a carne brasileira e se a China continuará comprando mais. Há uma mudança em todos os padrões de consumo. Então, ainda não é possível saber como será a demanda chinesa ou global por carne. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.