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31/Mar/2020

Lácteos: quarentena derruba consumo de queijos

O fechamento do comércio em geral e o esquema de delivery adotado pelos restaurantes em vários Estados brasileiros por causa da quarentena como prevenção ao coronavírus afetou a cadeia produtiva de queijo. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Queijo (Abiq), o abalo é grande. As vendas recuaram pelo menos 60% desde o início da quarentena. No início, a corrida aos supermercados para estocar alimentos até provocou uma aceleração no consumo do laticínio. Mas, quando veio o fechamento do comércio e dos restaurantes as vendas despencaram. A cadeia depende bastante das vendas para alimentação fora de casa. Restaurantes e food service absorvem no mínimo 30% da produção nacional, que é de cerca de 1,2 milhão de toneladas por ano.

A maior parte do consumo é dos queijos prato, muçarela e requeijão, que perfazem 450 mil toneladas do total produzido por ano no País e são destinados, em sua maioria, para restaurantes, pizzarias, lanchonetes e fast foods. Daí a queda acentuada na comercialização. Por mais que os restaurantes possam operar, mesmo em esquema de delivery, na quarentena as pessoas reduziram bastante o consumo deste tipo de serviço. A maior parte está elaborando as refeições em casa. Como reflexo na redução expressiva no consumo de queijos, as indústrias associadas começam a reclamar da falta de espaço nas câmaras frias para armazenar o produto que deixou de ser vendido. A entidade ainda estuda, junto com os associados, as estratégias para minimizar o efeito econômico. Entretanto, parar de comprar leite dos produtores seria a última das opções.

Mas, a produção no campo continua e logo haverá dificuldades de captar tudo se a produção de queijos não for escoada. Uma das alternativas em estudo é verificar linhas de crédito disponíveis no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar a armazenagem, que tem alto custo para os laticínios. Vários fabricantes estão totalmente estocados e não têm espaço para colocar os queijos, tampouco reserva financeira para guardar esses estoques por muito tempo. Outra medida seria solicitar ao governo, por meio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), para que ele abra a compra emergencial de leite em pó, a fim de absorver o excesso de leite que possa haver com a redução da produção queijeira. A depender da duração da quarentena e da consequente queda do consumo de queijos, a indústria pode chegar no limite. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.