30/Mar/2020
A oferta limitada de bovinos para abate e a demanda mais aquecida por carne no atacado estão elevando os preços do boi gordo em várias regiões de comercialização do País. Ao mesmo tempo em que varejistas buscam repor produtos nas gôndolas, depois do aumento das vendas nos últimos dias, reflexo da crise do novo coronavírus, as indústrias continuam trabalhando com escalas curtas e têm dificuldade de comprar lotes maiores de bovinos. Além do aumento da demanda doméstica, informações sobre a volta da China às compras também dão sustentação aos preços do boi gordo.
Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 197,00 por arroba à vista. A disponibilidade restrita fez com que os frigoríficos indicassem preços mais altos pela arroba. Em algumas regiões de Mato Grosso, as empresas indicam até R$ 15,00 por arroba acima na variação diária. As escalas são curtas, atendendo, no máximo, quatro dias. Há registro de indústrias alternando dias de abate. Com a informação sobre a volta da China ao mercado já houve negócios a R$ 205,00 por arroba em São Paulo pelo chamado “Boi China”, ou seja, para exportação. As indústrias só pagam mais pelo boi gordo porque conseguem aumentar os preços da carne no atacado.
Afora a necessidade de reposição de carne nas gôndolas pelo varejo, a retomada das vendas para a China também ajuda a dar sustentação aos valores dos cortes bovinos, pela expectativa de maior liquidez no volume de exportações. Em São Paulo, no atacado, o dianteiro avulso é negociado a R$ 11,90 por Kg. A ponta de agulha avulsa está cotada a R$ 11,60 por Kg. Entre as carnes concorrentes, a demanda por carne de frango nesse período de recolhimento da população por causa do coronavírus vem impulsionando os preços do produto.