24/Mar/2020
Após uma semana marcada por incertezas por causa da pandemia do novo coronavírus, que levaram empresas como JBS e Minerva a suspenderem o abate em algumas unidades, o mercado de boi gordo é lento. Os preços registram queda em algumas regiões, mas no atacado de carne bovina o movimento está acima do esperado, o que contribui para a manutenção dos preços. A situação no atacado, que está mais enxuto, reflete o comportamento do consumidor, que vem buscando fazer estoques de produtos em casa, receoso de um eventual fechamento de pontos de comércio, como medida para combater o avanço do coronavírus no País.
Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 188,00 por arroba à vista. As indústrias só conseguem adquirir lotes pequenos a preços mais baixos. Enquanto não houver um horizonte mais claro no mercado, os frigoríficos vão manter cautela. Mas, talvez, aqueles que têm escalas menores de abate tenham que pagar um pouco mais pelo boi gordo nos próximos dias. Até porque, a oferta de bovinos também é ajustada. A preocupação com a demanda futura por carne mantém a maior parte dos frigoríficos fora das compras. Mesmo com escalas de abate curtas, as empresas optam por não adquirir lotes maiores de gado para abate. Os pecuaristas ainda resistem à pressão de baixa, restringindo a oferta.
Em Mato Grosso do Sul e Goiás, as cotações registram baixa com a redução do ritmo de compras da indústria. Enquanto os negócios no mercado físico do boi gordo seguem travados, o atacado de carne bovina surpreende. Em São Paulo, no atacado, a forte movimentação sustenta os preços dos cortes. Tanto o dianteiro quanto a ponta de agulha avulsos permanecem cotados a R$ 11,10 por Kg. O consumidor está preocupado com o suprimento e os entraves no mercado físico de boi dificultam a reposição de produtos. É provável que o movimento de vendas no atacado continue. Isso pode acomodar a pressão baixista sobre o boi gordo. Os cortes bovinos podem subir esta semana.