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18/Mar/2020

Boi: preços estáveis e cautela com o coronavírus

As incertezas em relação à demanda por carne bovina em decorrência da epidemia do novo coronavírus estão levando os frigoríficos a reduzir o ritmo de abate de bois em suas unidades. Muitas indústrias estão fora das compras em grande parte das regiões de comercialização do País. Os preços do boi gordo se mantêm estáveis, mas, praticamente, não há negócios. Com dificuldade de obter valores menores no mercado, os frigoríficos estão reduzindo os abates numa tentativa de adequar a produção à demanda.

Normalmente, a segunda quinzena do mês já é um período de consumo mais fraco de carne, mas as dúvidas sobre o impacto do coronavírus na demanda doméstica e na exportação, no curto prazo, também influenciam a decisão das indústrias de diminuir o ritmo das unidades. As empresas já começaram a reduzir abates e só vão comprar boi se houver demanda. Há o temor de que os negócios, principalmente no food service (restaurantes, hotéis, por exemplo), sejam afetados se o vírus continuar avançando no Brasil.

Algumas empresas, em diferentes regiões de produção, reduziram o abate porque o ritmo de consumo de carne bovina não permite que elas paguem um pouco mais pelo boi gordo. Num cenário de demanda desaquecida, as indústrias não conseguem repassar eventuais altas da arroba para a carne bovina. Em São Paulo, o boi gordo segue cotado a R$ 202,00 por arroba a prazo. No Estado, as escalas de abate atendem, em média, cinco dias.

Embora boa parte dos pecuaristas esteja retendo o gado no campo, já que as pastagens estão em boas condições, as indústrias enfrentam dificuldade na venda de cortes no atacado e incertezas em relação às exportações. Por isso não há espaço para ajustes positivos nos preços na região. De forma geral, as vendas de carne na primeira quinzena de março ficaram abaixo do esperado pelos frigoríficos e a expectativa é de um volume de negócios ainda menor nesta segunda metade do mês.

Ademais, a paralisação de diversas empresas e serviços, em decorrência do coronavírus deve retrair ainda mais a demanda por cortes bovinos. O mercado registra baixa rotatividade e o estoque existente é suficiente para o abastecimento. Os futuros do boi gordo registraram um tombo na B3 no dia 16 de março, com as incertezas em relação à demanda provocadas pelo coronavírus.