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17/Mar/2020

Boi: preço estável e pressão baixista com pandemia

Embora o mercado físico de boi gordo ainda não tenha refletido os temores com o efeito do novo coronavírus no consumo doméstico brasileiro e nas exportações de carne bovina, a tendência, nesta semana, é de pressão de baixa. A avaliação é de que não há espaço para recuos expressivos, pois a oferta de bovinos terminados para abate pelos frigoríficos é limitada. Os preços se mantêm estáveis no mercado físico na maior parte das regiões de comercialização, mas há poucos negócios.

Com um novo movimento de queda no atacado de carne bovina no final da semana passada, os frigoríficos se retiraram das compras para planejar os próximos passos. Há receio em relação à demanda interna. Diante das inseguranças quanto ao desempenho das vendas de carne bovina nas próximas semanas, os frigoríficos adotam uma posição defensiva. O mercado físico ainda não registra grandes variações negativas, pois os pecuaristas ainda conseguem segurar o boi no pasto em algumas regiões.

Os frigoríficos saíram das compras para se planejar caso haja piora de mercado. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 202,00 por arroba a prazo. Mas, há registro de negócios a R$ 197,00 por arroba à vista. Os preços no físico devem cair, mas não na intensidade registrada na B3. Os contratos futuros estão precificando o nervosismo de mercado financeiro, muito mais do que fundamentos de oferta e demanda do boi gordo no País.

Além do receio de queda nas vendas no mercado doméstico, há temor de retração nas exportações, com a paralisação de diversas atividades em vários países. No entanto, os negócios de exportação de carne para a China estão sendo retomados, depois que problemas logísticos decorrentes da epidemia começaram a ser solucionados no país asiático. O mercado atacadista, que normalmente perde força na segunda quinzena do mês, está paralisado e há recuo dos preços. Não há certeza se é já efeito do coronavírus ou fluxo do mês normal.

O fato é que o ritmo de comercialização tende a ficar mais lento, com a perspectiva de menor frequência em restaurantes e paralisação de escolas, por exemplo. O coronavírus acentua a tendência de queda normal nesta época do mês. Em São Paulo, no atacado, os cortes bovinos registram queda com as vendas abaixo das expectativas. O traseiro avulso caiu de R$ 15,10 por Kg para R$ 14,90 por Kg e o dianteiro, de R$ 12,10 por Kg para R$ 11,60 por Kg (comparação diária).