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11/Mar/2020

Boi: dólar elevará alavancagem no setor de carnes

A alta do dólar ante o Real deve aumentar a alavancagem das empresas de carnes no primeiro trimestre deste ano, uma vez que elas têm parcela relevante de suas dívidas na moeda norte-americana, mas no médio prazo o efeito será menor. As companhias, todas elas exportadoras ou com operações no exterior, devem se beneficiar do câmbio valorizado, pois isso significa mais Reais a cada dólar exportado. A questão é que, por mais que as companhias se beneficiem de dólar mais forte na operação, esse efeito demora para chegar ao Ebitda. Porém, as empresas estão mais estruturadas para lidar com estresse no câmbio. Atualmente, as companhias do setor estão menos alavancadas.

Em outros tempos, a alta do dólar foi mais relevante. Minerva e Marfrig fizeram aumento de capital, a JBS vem reduzindo a alavancagem e a BRF conseguiu aumentar o Ebitda. Empresas como JBS e Marfrig são "dolarizadas", já que têm a maior parte de suas receitas provenientes de operações nos Estados Unidos. No caso da Marfrig, também no Uruguai. Além disso, são exportadoras. Assim, o impacto ao longo do tempo é positivo. A forte queda das ações das empresas de carnes no dia 9 de março na B3 não deve ser atribuída ao câmbio. A Marfrig foi a que mais sofreu, com os papéis ON recuando quase 24% no dia. As ações ON da JBS caíram 14,33%, BRF ON, 13,46% e os papéis da Minerva, retração de quase 17%.

Nesta terça-feira (10/03), as empresas estão recuperando parte dessas perdas. Os investidores estão preocupados e isso se refletiu nas ações. Parte dos importadores de carnes do Brasil é formada por países exportadores de petróleo, como Rússia e a Arábia Saudita, que veriam suas receitas cair com o recuo dos preços do óleo. Isso poderia afetar a demanda pelo produto brasileiro. O mercado está batendo nos papéis que dependem de trade global, muito mais que pelo câmbio. O receio de desaceleração mundial por causa da epidemia de coronavírus que se alastra também explica o comportamento dos investidores. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.