11/Mar/2020

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Gado de Leite), os preços do leite devem permanecer elevados mesmo após o período da entressafra, quando as pastagens ficam secas, refletindo os custos de produção mais altos no mercado interno, especialmente os do concentrado. A alta proveniente desse período de menor oferta deve compensar as oscilações nos preços de milho e soja, usados para alimentação do gado leiteiro, fazendo com que a margem se mantenha atrativa para o produtor.

No cenário internacional, o início de ano foi imprevisível e preocupante, com as escaladas do dólar, que devem desestimular as importações de leite, e a mais recente queda do petróleo, que tende a influenciar negativamente no consumo do produto. Deve haver uma dificuldade maior de importação, mesmo que o dólar caia. Apesar do nível das cotações e da imprevisibilidade do consumo de leite para 2020, embora tenha crescido 36,8 litros por habitante/ano em 2019, a produtividade do setor deve superar a do ano anterior.

O avanço no rendimento é resultado de uma mudança no comportamento produtivo, com a entrada no mercado de uma geração de pecuaristas de leite que valoriza a tecnologia e que vislumbra mais uma estrutura de longo prazo do que a conjuntura. O que está acontecendo é uma revolução silenciosa com a entrada de jovens altamente tecnificados, que estão substancialmente melhorando a produtividade.

Uma das novas estratégias que estão sendo aplicadas por esses novos participantes da cadeia produtiva é a "compost barn", um sistema de confinamento que visa a aumentar o bem-estar dos animais e reduzir os custos com instalações. O modelo consiste basicamente em reservar uma área de descanso coberta, com uma cama constituída de material orgânico, para reduzir o estresse das vacas leiteiras e, consequentemente, alcançar uma melhora na qualidade do leite produzido. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.