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06/Mar/2020

Boi: produtores dos EUA contra a carne brasileira

Em fevereiro de 2020, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) liberou a importação de carne bovina fresca do Brasil para os Estados Unidos, que havia sido suspensa em 2017. O produto havia sido banido por questões de segurança alimentar e saúde animal. O USDA e o Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar (FSIS) realizaram auditorias dos sistemas de inspeção do Brasil para abate e produção de carne bovina, e os consideraram satisfatórios, permitindo assim a retomada das importações do país. Essa decisão levou grupos de produção de carne bovina dos Estados Unidos a expressarem suas preocupações com a segurança da carne bovina brasileira. O National Cattlemen’s Beef Association (NCBA) questionou a falta de evidências científicas usadas para justificar o acesso inicial do Brasil ao mercado dos Estados Unidos em 2016 e afirmou que não houve surpresa quando o Brasil perdeu o acesso aos Estados Unidos em 2017, devido a violações da segurança alimentar.

Ainda segundo a entidade, dada a história brasileira de febre aftosa e seu histórico de violações repetidas à segurança de alimentos nos portos de entrada, será mantido o foco em todos os desenvolvimentos no Brasil e o USDA deve manter o mais alto nível de escrutínio. Se o Brasil continuar a ter problemas de segurança alimentar ou de saúde animal, a expectativa é de que o governo norte-americano tome todas as medidas necessárias e imediatas para proteger os consumidores e os produtores de carne bovina dos Estados Unidos. Para a entidade, a reentrada da carne bovina brasileira no mercado dos Estados Unidos só agrava ainda mais as preocupações com o uso dos rótulos “Produto dos Estados Unidos” na carne vendida no país. Essa decisão levou grupos de produção de carne bovina norte-americana a expressarem suas preocupações com a segurança da carne bovina brasileira. A NCBA afirma que continuará liderando as conversas com o USDA e toda a cadeia de suprimentos para abordar quaisquer rótulos que possam permitir que a carne importada carregue o rótulo “Produto dos EUA”. A NCBA acredita que rótulos de origem voluntária com reivindicações de fontes verificadas fornecerão transparência na rotulagem sem violar nossas obrigações comerciais internacionais.

A Associação dos Pecuaristas dos Estados Unidos (USCA) acrescentou que a decisão de liberar a importação do Brasil é um risco para saúde do rebanho doméstico e compromete a segurança dos consumidores. O setor considera que as práticas brasileiras não são confiáveis e há preocupações com a saúde pública, condições sanitárias e problemas de saúde animal. O setor também rejeita a conclusão de que os padrões de segurança e produção alimentar do Brasil são equivalentes à indústria de carne bovina norte-americana. Além dos grupos de produtores, os senadores norte-americanos assinaram uma carta enviada ao USDA expressando suas preocupações. Eles questionam sobre o monitoramento futuro da produção brasileira, o fato de que 8 dos 28 locais relevantes no Brasil foram auditados pelo FSIS e o potencial para implementação de futuras auditorias. Fonte: GlobalMeatNews.com. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.