05/Mar/2020
Os embarques brasileiros de carne suína tiveram leve recuo de janeiro para fevereiro, resultado que esteve atrelado ao menor número de dias úteis no último mês. As vendas seguem registrando bom desempenho, cenário que vem sendo verificado desde meados de 2019. No geral, as exportações continuam impulsionadas pela China, que permanece se destacando como principal destino da proteína suína brasileira. Em fevereiro, o país asiático ampliou a participação nos embarques totais. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em fevereiro, o Brasil exportou 65,3 mil toneladas de carne suína total (considerando-se in natura e industrializada), volume 3,9% menor do que em janeiro, mas 22,6% acima da quantidade de fevereiro de 2019. Em termos financeiros, a receita do setor exportador segue sendo favorecida pelo dólar alto.
Em fevereiro, o montante somou R$ 658,03 milhões, 3,1% inferior ao do mês anterior, mas significativamente acima (78,1%) do recebido em fevereiro do ano passado. A China foi destino de 47,6% dos embarques brasileiros de carne suína em fevereiro (com volume totalizando 31,1 mil toneladas), aumento de 2,5% frente a participação de janeiro. Em relação a janeiro de 2019, a representatividade chinesa nos embarques totais da carne suína brasileira cresceu expressivos 25,3%. As crises sanitárias vividas pelo país asiático têm comprometido a disponibilidade interna de carne, impulsionando as aquisições externas da proteína, especialmente no Brasil. No curto e médio prazos, o governo chinês já mostra reação. Após os primeiros surtos de peste suína africana (PSA), os esforços do país eram para retomada da produção nacional e consequente diminuição da necessidade de importar produtos suínos.
Recentemente, porém, autoridades chinesas sinalizaram que devem seguir comprando carnes no mercado internacional, tendo em vista que a recuperação da indústria doméstica deve ocorrer de forma mais lenta que esperada inicialmente. Vale lembrar que as cadeias de abastecimento na China têm sido fortemente impactadas pelo surto de coronavírus, que tem dificultado o escoamento das cargas que chegam nos portos. Esse contexto, por sua vez, pode limitar os fechamentos de novos contratos para exportação. Em São Paulo, no atacado, apesar das expressivas altas nos preços da banha (16,5%) e da barriga (1,6%), devido à menor oferta de suínos pesados, a maioria dos produtos de origem suinícola tem se desvalorizado nos últimos dias. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.