04/Mar/2020
O mercado de boi gordo deve seguir firme no curto prazo, apesar do período de safra da pecuária. As condições favoráveis do pasto ainda permitem que os pecuaristas retenham os bovinos na engorda a baixo custo, o que significa uma oferta mais restrita de bois para abate pelos frigoríficos. Também existe expectativa de que a demanda doméstica por carne bovina melhore com o início do mês, com o pagamento de salários, após um período de consumo tímido em decorrência dos preços mais altos da carne. O pecuarista tende a manter o boi no pasto ganhando peso. Assim, não há muito espaço para recuo da arroba até o fim de maio, quando o capim começa a secar e os produtores devem começar a negociar.
Além de o pecuarista conseguir reter os bovinos no campo, há outro fator que deve manter o mercado firme: a reposição está muito cara após cerca de quatro anos de abates de matrizes. Com isso, os pecuaristas preferem ofertar menos bovinos, evitando investir na reposição. A possibilidade de a China, que enfrenta a epidemia de coronavírus, voltar ao mercado internacional para comprar carne bovina também traz firmeza aos preços. Ainda que a expectativa atual seja de melhora no consumo doméstico de carne bovina, um eventual avanço do coronavírus no Brasil, onde foram confirmados dois casos, também pode afetar a demanda interna. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 202,00 por arroba a prazo.