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02/Mar/2020

Leite: preço ao produtor registra alta em fevereiro

O preço do leite pago ao produtor em fevereiro (referente ao volume captado em janeiro) foi de R$ 1,4175 por itro na “Média Brasil” líquida (Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), aumento de 3,6% (ou de quase R$ 0,05 por litro) frente ao mês anterior. O movimento de alta nos preços do leite no campo, observado pelo terceiro mês seguido, é influenciado pela maior competição entre laticínios para garantir a compra de matéria-prima num contexto de oferta limitada. A captação das empresas voltou a cair de dezembro para janeiro. O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea recuou 3,7% na “Média Brasil” Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). Todos os Estados registraram queda na captação nesse período. Essa diminuição esteve atrelada, entre outros fatores, à instabilidade climática e às fortes variações nos regimes de chuvas. Vale destacar que, na Região Sul do País, o cenário de baixa oferta deve continuar sendo verificado nos próximos meses, tendo em vista que essa região enfrentou uma séria estiagem prolongada, que prejudicou a atividade agropecuária como um todo.

O estresse calórico, a menor disponibilidade de pastagens e os prejuízos no plantio do milho para silagem devem antecipar a entressafra leiteira na região. Além disso, o aumento dos custos de produção (em especial do preço do concentrado, puxado pela constante valorização dos grãos) e o abate de vacas leiteiras (estimulado pelos elevados valores no mercado de gado de corte) influenciaram a tomada de decisão dos pecuaristas nos últimos meses. Também é importante destacar que, frente às dificuldades de anos anteriores, os investimentos de longo prazo para a produção leiteira foram comprometidos, o que têm limitado o potencial de crescimento da atividade no presente. Na opinião de agentes do setor, a captação de fevereiro não teve grande variação em relação à de janeiro. Os preços do leite spot (negociações entre as indústrias) se elevaram na primeira e segunda quinzenas de fevereiro. Em Goiás e em Minas Gerais, os aumentos nas médias mensais foram de 4,1% e de 1,7%, respectivamente.

Como consequência, os laticínios tiveram que repassar a valorização da matéria-prima para os derivados, mesmo com o consumo de lácteos considerado fraco em fevereiro. A dificuldade em elevar o patamar das negociações gerou bastante oscilação dos preços durante o mês passado, principalmente no caso do leite UHT, que teve alta acumulada de 4,9% em fevereiro, evidenciando o vaivém do mercado. Contudo, a média mensal de fevereiro ficou apenas 0,3% acima da de janeiro. Agentes de empresas têm apostado em novas estratégias de processamento para manter os estoques do UHT controlados. As negociações de muçarela, por sua vez, foram mais estáveis: a valorização acumulada no mês passado foi de 1,7% e a média mensal subiu 1,2%. No mercado do leite em pó, os preços registram aumento acumulado de 3,6% em fevereiro e acréscimo de 2,7% na média de janeiro para fevereiro. Assim, a expectativa é de que os preços no campo permaneçam firmes em março. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.