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28/Fev/2020

Boi: análise da elasticidade-renda da carne bovina

A pecuária de corte passou por grandes transformações estruturais na última década, como ganhos de produtividade dentro da porteira, organização de classe, além de mudanças no padrão de consumo da carne bovina. Essa mudança no padrão de demanda esteve e está muito atrelada ao perfil do consumidor. Por um lado, existe o consumidor com maior poder aquisitivo, que busca uma carne mais padronizada, macia, precoce e de diferentes raças. Por outro, há um perfil com menor poder aquisitivo, que, em uma economia estagnada, adquire uma proteína animal mais barata. A análise da elasticidade-renda da demanda, por sua vez, é um meio eficiente para avaliar esse novo padrão de consumo.

Tendo-se como base os dados da última Pesquisa de Orçamentos Familiares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (POF/IBGE), realizada entre 2017 e 2018, a elasticidade-média de carne bovina no Brasil é de 0,41. Isso significa que, para cada 1% de aumento na renda do brasileiro, o dispêndio com carne bovina sobe 0,41%. Como comparação, o coeficiente da pesquisa anterior da POF/IBGE, realizada entre 2008 e 2009, foi de 0,35 para carne bovina. Ou seja, houve aumento do coeficiente, sinalizando que qualquer efeito positivo na renda do brasileiro resulta em crescimento um pouco maior nas despesas com carne bovina. Agora, separando os coeficientes entre as carnes bovinas de primeira e de segunda, os dados mais recentes do IBGE ficaram em, respectivamente, 0,60 e 0,28. Ou seja, com o aumento de 1% da renda do brasileiro, os gastos com a carne de primeira sobem 0,6% e os com a de segunda, 0,28%.

Tendo-se como base a POF/IBGE anterior, de 2008/2009, os coeficientes para as carnes de primeira e de segunda estiveram, respectivamente em 0,63 e em 0,17. Para a carne de primeira, houve recuo, o que indica uma busca por mais qualidade e permanência no padrão de consumo. Para a carne de segunda, o coeficiente aumentou, mostrando a valorização dessa proteína, seja pelo aumento de qualidade, seja pelo reflexo da piora da renda por parte da população mais carente, que busca, num primeiro momento, a carne mais barata, que é a de segunda. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.