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06/Fev/2020

Frango: gripe aviária elevará exportação do Brasil

A produção de carne de frango na China, que vinha aumentando para suprir parte da lacuna deixada pela produção em queda de suínos, após a Peste Suína Africana (PSA), está comprometida pela gripe aviária e o sinal é de que o Brasil voltará a ser demandado. Foi um duro golpe para os chineses e, no mínimo, paralisa o processo de expansão da produção de aves em algumas regiões. A demanda por importação das proteínas brasileiras vai crescer diante da combinação destes dois problemas (peste suína e gripe aviária), segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). No ano passado, os embarques de carne de frango para a China já aumentaram 34%, enquanto as vendas de suínos saltaram 61% em relação a 2018. O Brasil se tornou um fornecedor importante devido a seu status sanitário, que deve ser preservado para que estas doenças não cheguem ao país e afetem o rebanho.

Até agora, o possível aumento na demanda não se consolidou por causa do ano-novo chinês, que paralisou as negociações no fim de janeiro, e de limitações logísticas que estavam entre as medidas de contenção do coronavírus no país asiático. Chegaram a atrasar as entregas em determinadas regiões e isso ainda está acontecendo. A expectativa é de que esses entraves logísticos continuem em fevereiro, mas a demanda vai existir e vai crescer. Com relação aos preços, os chineses costumam ser firmes nas negociações, o que tende a limitar altas expressivas das cotações das carnes importadas. Autoridades chinesas confirmaram no último sábado (01/02) o foco do vírus da gripe aviária na província de Hunan, na China Central. O H5N1 é uma variação do Influenza, mais comum em aves e pode ser transmitido dos animais para humanos. O governo não informou se há caso de contágio humano na região.

O Ministério da Agricultura da China, então, separou 17.828 frangos que serão sacrificados após confirmação do vírus. A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) notificou na terça-feira (04/02) os primeiros focos de gripe aviária na Arábia Saudita e no Vietnã. No Vietnã, o vírus identificado foi o H5N6, enquanto na Arábia Saudita foi o H5N8 - ambos considerados altamente patogênicos pelos organismos de saúde. Nos dois países, a fonte ou a origem da infecção ainda é desconhecida. Na Arábia Saudita, 408 mil aves foram eliminadas por terem tido exposição ou contaminação com o vírus. O caso foi detectado em uma propriedade rural da capital, Riad. No Vietnã, o surto foi detectado em uma granja na capital, Hanói. O caso foi confirmado pelo governo local e levou ao abate sanitário de 3 mil aves. Os sauditas vinham aumentam as importações de milho justamente para apostar no crescimento da produção local de aves e, agora, com o surgimento da gripe aviária, este processo pode retroceder.

A Arábia Saudita tem dificuldade para controlar o sistema sanitário e, principalmente, o clima no qual as aves precisam permanecer durante o processo produtivo. O cenário gera uma oportunidade para o avanço das importações de frango do Brasil. O Egito passou pela mesma situação, tentou produção local, teve problema com sanidade e depois voltou a comprar carne no mercado externo. Além dos casos de gripe aviária reportados, a OIE já confirmou o atual surto em Israel, Ucrânia, República Checa, África do Sul, Romênia, Polônia, Índia, Eslováquia, Hungria e China. Os avisos de notificação da organização sobre a ocorrência da doença se acentuaram desde o início do ano. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.