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29/Jan/2020

Exportações de carnes não caem com coronavírus

O setor de carnes acompanha o surto de coronavírus na China, mas ainda não consegue mensurar possíveis efeitos sobre as exportações brasileiras. Até o momento, não há relatos de interrupção nos embarques. O único risco é de atraso na retomada das compras chinesas, que costumam acontecer depois do ano-novo chinês, a partir de fevereiro. O cenário segue favorável à demanda, já que a peste suína africana (PSA) no país, embora em vias de ser controlada, reduziu o rebanho local e a retomada da produção será gradual. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informa que ainda não é possível avaliar eventuais impactos sobre as exportações frente às consequências do surto de coronavírus na China.

Dados da entidade, que representa as cadeias de aves e suínos, indicam que em 2019 os chineses assumiram a liderança entre os importadores. De carne de frango do Brasil as importações totais da China alcançaram 585,3 mil toneladas no acumulado do ano, volume 34% superior ao de 2018, de 438 mil toneladas. Da proteína suína, o país asiático comprou 248,80 mil toneladas de janeiro a dezembro, volume 61% superior ao total embarcado um ano antes. No mercado de bovinos, a Marfrig Global Foods afirmou estar atenta à evolução do coronavírus no mundo, principalmente na China, mas não houve nenhum efeito negativo sobre suas exportações ao mercado chinês. A companhia informa que, até o momento, não fez nenhuma revisão em suas projeções de resultados e também não registrou cancelamento de vendas ou embarques de produtos para o país asiático.

As vendas de carnes da Marfrig para a China e Hong Kong representaram 9% da receita líquida consolidada da companhia ao final do terceiro trimestre de 2019. Em novembro, duas novas unidades da empresa foram habilitadas para exportar a proteína ao país asiático, localizadas em Pontes e Lacerda (MT) e São Gabriel (RS). Com isso, a Marfrig chegou a estimar que a capacidade de exportação de carne a partir do Brasil aumentou em 20% após as aprovações. Desde então, a companhia passou a ter 13 unidades com permissão para embarcar ao mercado chinês, sendo sete no Brasil, quatro no Uruguai e duas na Argentina. A média de exportações brasileiras de carne bovina in natura recuou 23% na parcial de janeiro em relação à média diária de embarques observada em dezembro.

A análise considera quatro semanas do mês, com 17 dias úteis. No entanto, o coronavírus ainda não é o principal motivo dessa queda nas exportações e sim dois fatores: preço da tonelada em baixa e altos volumes de estoque na China. O coronavírus pode atrasar a retomada de novas compras de carne pela China, uma vez que a comercialização de proteína, em especial durante essa semana, está sendo prejudicada devido à restrição de locomoção da população no país e pelo cancelamento de eventos e cerimoniais típicos do ano-novo lunar que iriam ocorrer. A sensação de risco relativo ao mercado chinês aumentou significativamente nos últimos dias. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.