27/Jan/2020
O mês de janeiro tem sido marcado por sucessivas quedas nos preços da carne bovina no atacado e, em consequência, da arroba do boi gordo no físico. Para esta semana, no entanto, pode haver uma reação, com o mercado atento ao consumo interno, que pode crescer na virada do mês. Nos próximos dias, o varejo deve aumentar a demanda, para reabastecer seus estoques e atender o provável avanço das vendas no início de mês. Caso as expectativas se confirmem, os frigoríficos, que estão operando com programações de abate justas, podem elevar o ritmo de negociações e movimentar o mercado físico do boi gordo, dando algum fôlego para as cotações.
Enquanto este cenário não se configura, a arroba segue enfraquecida. No acumulado de janeiro, a média de preços das regiões pecuárias registra queda de 2,3%. Somente em São Paulo, a referência para algumas localidades apresenta recuo de R$ 11,00 por arroba (-5,5%) neste mês de janeiro, para R$ 188,00 por arroba à vista e entre R$ 190,00 a R$ 191,00 por arroba a prazo. A liquidez está reduzida na região e poucos negócios são efetivados.
A demanda lenta por carne no mercado doméstico é o principal fator de pressão. A oferta de gado terminado não é abundante. Em São Paulo, no atacado, o boi casado de animais castrados está cotado em R$ 11,61 por Kg, queda de 13,6% no acumulado de janeiro. Nos últimos sete dias, a média dos 22 cortes bovinos analisados apresenta desvalorização de 0,7% e, no acumulado do ano, a baixa é de 6,1%. No varejo, há maior controle de estoques e, por isso, os preços se mantêm firmes. Neste elo da cadeia, a média de todos os cortes em São Paulo registra alta de 1,6%. Isso explica a continuidade do efeito dos valores da proteína sobre a inflação.