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23/Jan/2020

Boi: preços da carne seguem recuando no atacado

Os preços da carne estão em queda no mercado atacadista. Além da pressão vinda do típico enfraquecimento da demanda doméstica em início de ano, tendo em vista as despesas extras deste mês, os valores tentam buscar um equilíbrio após a intensa alta verificada no encerramento de 2019. Em São Paulo, no atacado, a carcaça casada registra média de R$ 13,62 por Kg (ou de R$ 204,30 por arroba) na parcial de janeiro, queda de 8% em relação à média de dezembro/2019. O boi gordo também registra movimento de queda e praticamente na mesma intensidade da observada para a carne. Ainda que a oferta de bois para abate siga baixa, os frigoríficos têm reduzido o ritmo de compras de novos lotes, tendo em vista a menor saída de carne nos mercados atacadistas, devido ao elevado patamar da proteína e também ao período do ano.

Em São Paulo, o preço médio do boi gordo neste mês de janeiro é de R$ 194,74 por arroba, 8,1% inferior à média de dezembro. Diante disso, a diferença entre os preços da carne e do boi gordo passou a ser de R$ 9,56 por arroba, com vantagem para a carne. Em dezembro, a diferença foi de R$ 10,18 por arroba, sendo a maior vantagem da carne frente à arroba, desde junho de 2018, quando chegou a R$ 12,54 por arroba. Em janeiro do ano passado, a diferença estava em R$ 5,35 por arroba. As comparações foram realizadas com base nas médias mensais, em termos reais (deflacionadas pelo IGP-DI). Quanto ao mercado externo, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos primeiros 12 dias úteis de janeiro, as exportações de carne bovina in natura somaram 72,97 mil toneladas.

A média diária dos embarques está em 6,08 mil toneladas, um pouco abaixo do verificado em dezembro, de 7,08 mil toneladas, mas bem acima do registrado em janeiro de 2019, de 4,65 mil toneladas. Chama a atenção o valor pago pela proteína embarcada, de US$ 5.068,76 por arroba, 0,38% superior a dezembro/2019 e expressivos 35,21% acima do valor pago em janeiro/2019. Neste caso, o elevado patamar pode estar atrelado à forte demanda chinesa, num contexto de oferta mundial mais restrita. Ressalta-se que o Brasil, sozinho, é responsável por cerca de 15% da produção mundial da proteína. O País, os Estados Unidos e a China representam, juntos, quase 46% da produção mundial de carne bovina. Os Estados Unidos são líderes em produção e grandes exportadores, mas também são grandes importadores.

A China, apesar de ser um grande produtor, enfrenta restrição de área da produção, além de problemas sanitários, como os persistentes casos de peste suína africana (PSA), que forçam o país a buscar alternativas para compra. Outros tradicionais países produtores de carne têm desafios relacionados à restrição de área (como Uruguai e Paraguai), a fatores políticos (como a Argentina), a alto custo de alimentação (caso de países europeus e Canadá) e a problemas climáticos (Austrália). A Austrália, aliás, vem enfrentando intensas queimadas, que devem reforçar a já observada diminuição na oferta doméstica de carne. Vale lembrar que o país já foi um importante fornecedor de carnes à China. Destaca-se, ainda, a Índia, que, apesar de possuir um grande rebanho, enfrenta dificuldades em termos sanitários e produtividade, além da questão religiosa. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.