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20/Jan/2020

Suíno: China deverá elevar importações em 2020

De acordo com projeção do Rabobank, as importações de carne suína pela China, que já foram recorde em 2019, devem ser ainda maiores neste ano. O recorde de importação do ano passado deve ser facilmente superado em 2020, devido à peste suína africana (PSA). A produção de carne suína na China deve recuar 15% em 2020. Em 2019, o recuo foi de 25%. A expectativa é de que uma recuperação no complexo de carne suína da China virá entre 2025 e 2026, estabilizando a produção. Parte do recuo este ano seria porque o país está retendo mais matrizes para reprodução. A China está fazendo progresso em algumas áreas para conter os surtos atuais, como evidenciado pela queda no número de novos casos, mas não em todo o país. O cenário é muito variado. A China é muito grande e não se pode generalizar. A realidade pode estar pior do que algumas estimativas oficiais do governo chinês, mas é difícil fazer estimativas exatas para o país em decorrência das suas dimensões.

A China deve passar a reconstruir seu plantel de suínos de forma mais consistente a partir do segundo semestre deste ano, caso não haja novos problemas sanitários. Parte do consumo chinês de carne suína deve migrar permanentemente para outras proteínas, em especial a de frango. Até a chegada com força da peste suína africana (PSA), entre 70% e 80% da carne consumida pela China era suína, percentual que deve ficar na casa dos 60%. Em outros países do sudoeste da Ásia também pode haver mudança permanente. No Vietnã, o consumo de carne suína deve continuar abaixo dos níveis pré-peste suína africana até 2025. Até lá, haveria migração para as carnes de frango e de peixe. A necessidade por proteína animal nesses países deve beneficiar os principais produtores, em especial Europa, Estados Unidos e Brasil. Nos Estados Unidos, a produtividade já tem levado a aumentos anuais na produção de carne suína, e o país teria volume suficiente da proteína para exportar montantes expressivos. A produção norte-americana deve aumentar cerca de 3% em 2020. O desafio para que o país exporte mais à China é a disputa comercial entre os dois países.

Apesar da assinatura da “Fase 1” do acordo comercial, ainda não houve reduções nas tarifas imposta pelos asiáticos à carne suína dos Estados Unidos. Mesmo assim, cerca de 25% das exportações totais da proteína norte-americana em 2019 foram para a China em decorrência do alto volume disponível nos Estados Unidos e dos preços competitivos. A expectativa é de que a China continue sendo o principal comprador em 2020, talvez com uma parcela ainda maior das exportações. Na Europa, líder global de exportações de carne suína, a expectativa é de que a produção cresça cerca de 1% este ano, principalmente na França e no Reino Unido. A China é hoje o principal destino para a carne suína exportada pela Europa. Entre 2018 e 2019, a participação do gigante asiático aumentou de 38% para 50%, e este percentual deve aumentar ainda mais em 2020. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.