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17/Jan/2020

Frango: Brasil não é afetado por acordo EUA-China

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a “Fase 1” do acordo comercial entre Estados Unidos e China deve ter efeitos limitados nas exportações de aves e suínos do Brasil para o gigante asiático. No texto do acordo, não há menção de redução de cotas ou de tarifas da China à carne dos Estados Unidos, embora essas reduções ainda possam acontecer. Além disso, houve alguns mecanismos no texto que a China já implementou no Brasil. Por exemplo, falou-se em facilitação de habilitação de plantas dos Estados Unidos. No ano passado, O Brasil já teve plantas habilitadas via videoconferência. A demanda chinesa é tão volumosa que pode absorver as exportações de Brasil e dos Estados Unidos. A China tem aumentado suas importações de proteína animal em decorrência da peste suína africana (PSA), que vem dizimando os plantéis locais de suínos.

Os Estados Unidos até podem vender mais para a China, mas a demanda reprimida na Ásia ainda é muito maior do que a capacidade de exportação do País. O Vietnã também é fortemente afetado pela doença e têm a mesma necessidade de importar carne. As medidas sanitárias incluídas no acordo Estados Unidos-China também podem beneficiar o Brasil. Os mecanismos colocados com os Estados Unidos podem ser um modelo de trabalho que a China vai implantar no resto do mundo. O acordo inclui um protocolo bilateral para uniformização dos processos em relação a doenças de frango, como gripe aviária, cooperação na área de peste suína africana (PSA), uniformização de padrões de idade e uso de ractopamina em bovinos, além de preenchimento de cotas tarifárias e aprovação de eventos transgênicos. O Brasil não tem Influenza Aviária e é livre de peste suína africana (PSA).

Mas, mesmo assim, quando o acordo faz referência a organismos internacionais como a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), entre outros, percebe-se que estão criando um ambiente em que a China deve respeitar as regras globais. Provavelmente, essas regras valerão para o Brasil também. No último ano, as exportações para a China ajudaram a elevar o volume embarcado pelo Brasil. O País aumentou em 15,7% o volume embarcado de carne suína in natura em 2019 ante 2018, para 635,5 mil toneladas. A receita subiu ainda mais, 56,2%, para US$ 1,741 bilhão. A carne suína é a mais consumida no gigante asiático. A carne de frango in natura também teve avanço considerável na mesma comparação, de 8,3% em volume, para 4,065 milhões de toneladas, e 10,7% em receita, para US$ 6,396 bilhões. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.