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15/Jan/2020

Suíno: perspectivas positivas para o setor em 2020

Agentes do setor suinícola nacional estão com expectativas de que o balanço positivo observado em 2019 se repita em 2020. O fundamento vem da redução na produção global de suínos, ocasionada pelos casos de peste suína africana (PSA) na Ásia, o que deve continuar favorecendo o mercado brasileiro de carnes. De acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em 2020, prevê-se queda de 10% na produção mundial de suínos frente ao ano anterior, pincipalmente em função do declínio da oferta da China (de expressivos 25%), Filipinas (16%) e Vietnã (6%). Por outro lado, espera-se que a produção brasileira cresça 5% de 2019 para 2020. O USDA também estima aumento de 15% nas exportações brasileiras. Nesse contexto, o bom relacionamento comercial com países asiáticos deve continuar beneficiando o Brasil.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o volume de carne suína brasileira escoado para a China aumentou 60% de 2018 para 2019. O país asiático é o principal parceiro comercial do Brasil nesse mercado, sendo destino de 33,7% de toda a carne suína nacional exportada em 2019. Sob a ótica do desempenho doméstico, partindo-se do pressuposto de que a agenda de reformas continue avançando, projeta-se um cenário macroeconômico favorável em 2020, o que pode beneficiar ou, ao menos, sustentar os atuais níveis de consumo. A projeção do mercado para o crescimento da economia brasileira em 2020 está em 2,3% segundo Relatório Focus, divulgado pelo Banco Central (BC) no encerramento de dezembro/2019. Outro fator que pode corroborar para um possível aumento no consumo de carne suína é o elevado patamar de preço da carne bovina. Com a cotação dessa principal concorrente em alta, os consumidores tendem a migrar para outras fontes de proteína animal que apresentem valores mais competitivos.

Apesar de as perspectivas, de modo geral, serem favoráveis para o setor, os diferentes cenários que o mercado de grãos pode assumir preocupam os agentes do mercado. A demanda internacional incerta e as tensões ou mesmo possíveis acordos comerciais entre China e Estados Unidos podem gerar movimentos distintos nos preços dos principais insumos da atividade, milho e farelo de soja. Além disso, a concentração das exportações brasileiras em países asiáticos também tem gerado apreensões. Ainda que no curto prazo o Brasil tenha se beneficiado do contexto da peste suína africana, há o receio de que, no médio prazo, a oferta chinesa de carne se normalize, o que reduziria expressivamente as exportações brasileiras, impactando negativamente todo o setor. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.